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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Brigantino Virgílio Nogueiro Gomes apresenta livro "À Portuguesa" na terra natal

 O gastrónomo Virgílio Nogueiro Gomes apresentou em Bragança o seu mais recente livro “À Portuguesa: Receitas em Livros Estrangeiros até 1900”.


Foi a curiosidade que sempre teve por menus antigos e históricos em Portugal, sobre os quais faz estudos, que levou o brigantino a dedicar-se a esta obra, que resulta de uma longa e minuciosa pesquisa de receitas com a referência a Portugal em edições estrangeiras entre 1604 e 1900.

Segundo o autor, não se trata de um mero livro de receitas, apesar de as conter e de poderem ser confeccionadas, mas o objectivo é chegar à origem de receitas e perceber porque eram associadas ao país.

“De vez em quando aparecem pratos à portuguesa em países ou cortes estrangeiras e tentava saber o que significavam. A certa altura, há seis anos, pensei que já tinha estudado menus que chegue, fui saber os conteúdos dos menus e porque se chamam à portuguesa. Traduzi de cinco línguas, de 31 livros, 118 receitas que as pessoas podem confecionar, mas o livro não é de receitas, elas são um pretexto para contar a história de uma época, a biografia de quem as escreveu e se houve alguma influência portuguesa”, explica.

A pesquisa levou Virgílio Nogueiro Gomes até às receitas com referências a Portugal mais antigas, datadas do século XVII e que foram encontradas na Bélgica.

“As receitas mais antigas são de Liège, quando era uma cidade autónoma, governada por um príncipe-bispo que reportava directamente ao Vaticano, ao Papa. Como é que ali aparecem duas receitas à portuguesa que são as mais antigas que existem no mundo? A partir daí procurei as paragens de Carlos V enquanto imperador, casado com uma princesa portuguesa, que tinha 30 portugueses ao serviço dela no seu séquito, pode ter sido alguém dessa comitiva que pode ter influenciado ou ensinado a fazer uma receita, independentemente de ser portuguesa, porque as receitas às vezes adquirem o nome à portuguesa para homenagear a pessoa que a fez ou que a transmitiu, não quer dizer que seja uma tradição portuguesa. Essa é a grande conclusão deste livro”.

Pode haver dúvidas em relação a algumas receitas, mas certo é que a laranja era sinal de que o prato tinha origem em Portugal.

“As grandes receitas que se chamam à portuguesa são a partir dos finais do século XVIII e sobretudo do século XIX, tudo o que era doce e levava laranja doce chamava-se de Portugal ou à portuguesa. Porque os portugueses foram os distribuidores de laranja doce e é curioso que há 10 países no mediterrâneo em que laranja se diz Portugal”, refere.

O livro “À Portuguesa: Receitas em Livros Estrangeiros até 1900” lançado em Agosto e vai já na segunda edição. Virgílio Nogueiro Gomes é autor de oito livros, como “Transmontanices - causas de comer”, “Doces da nossa vida” ou “Dicionário prático da cozinha portuguesa”, bem como co-autor em muitas outras publicações ligadas à gastronomia. 

Escrito por Brigantia
Jornalista: Olga Telo Cordeiro

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