Arrastamento de inertes do extinto complexo de Montesinho, em Bragança, causou assoreamento do Pepim. População discorda da exploração próxima em Espanha
Numa década o Pepim deixou de ser um rio para se transformar numa estrada de areia. Um caminho que já tem 14 quilómetros e tendência para crescer, com zonas onde a profundidade da água é de um palmo. A culpa do assoreamento do rio, segundo o presidente da União das Freguesias de Aveleda e Rio de Onor, Mário Gomes, é da Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM), que “nada fez” para resolver o arrastamento das escombreiras das antigas minas de estanho de Montesinho, na aldeia de Portelo, em Bragança, encerradas em 1993. É uma das consequências desta mina de Bragança numa altura em que se discute a exploração de um novo complexo mineiro ao lado, a meia dúzia de quilómetros, em Espanha.
Ano após ano as águas pluviais arrastaram toneladas de areia, mas a maior invasão ocorreu em 2010, quando as chuvas se transformaram num rio de inertes que se acumularam na ribeira do Portelo e no Pepim. “A extensão do areal é tão grande que já chega à aldeia de Baçal”, garante Mário Gomes. Tanta areia junta só tem trazido prejuízos, com cheias recorrentes nas casas ribeirinhas e nas propriedades agrícolas. “As represas estão completamente assoreadas e à cota do paredão, os canais de rega estão entupidos e o moinho este ano não funcionou porque há toneladas de areia no canal”, enumera o autarca ao JN.
A cada chuvada, o problema agrava-se. Mário lamenta que em 10 anos “pouco ou nada se tenha feito” para evitar os estragos dos despojos do complexo mineiro, encerrado em 1993. “As consequências ambientais estão à vista”, apontou. O Pepim foi bonito, ladeado de árvores, propício à fruição para lazer. “Era um rio de trutas, mas a população piscícola tem diminuído drasticamente”, acrescentou.
Numa década o Pepim deixou de ser um rio para se transformar numa estrada de areia. Um caminho que já tem 14 quilómetros e tendência para crescer, com zonas onde a profundidade da água é de um palmo. A culpa do assoreamento do rio, segundo o presidente da União das Freguesias de Aveleda e Rio de Onor, Mário Gomes, é da Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM), que “nada fez” para resolver o arrastamento das escombreiras das antigas minas de estanho de Montesinho, na aldeia de Portelo, em Bragança, encerradas em 1993. É uma das consequências desta mina de Bragança numa altura em que se discute a exploração de um novo complexo mineiro ao lado, a meia dúzia de quilómetros, em Espanha.
Ano após ano as águas pluviais arrastaram toneladas de areia, mas a maior invasão ocorreu em 2010, quando as chuvas se transformaram num rio de inertes que se acumularam na ribeira do Portelo e no Pepim. “A extensão do areal é tão grande que já chega à aldeia de Baçal”, garante Mário Gomes. Tanta areia junta só tem trazido prejuízos, com cheias recorrentes nas casas ribeirinhas e nas propriedades agrícolas. “As represas estão completamente assoreadas e à cota do paredão, os canais de rega estão entupidos e o moinho este ano não funcionou porque há toneladas de areia no canal”, enumera o autarca ao JN.
A cada chuvada, o problema agrava-se. Mário lamenta que em 10 anos “pouco ou nada se tenha feito” para evitar os estragos dos despojos do complexo mineiro, encerrado em 1993. “As consequências ambientais estão à vista”, apontou. O Pepim foi bonito, ladeado de árvores, propício à fruição para lazer. “Era um rio de trutas, mas a população piscícola tem diminuído drasticamente”, acrescentou.
REABILITAÇÃO FICOU A MEIO
Em 2007, a EDM procedeu à reabilitação do espaço da mina. Uma obra de 1,7 milhões de euros. A primeira fase foi executada. Consistiu em trabalhos de segurança: proteção de poços, selagem de chaminés e de galerias. A segunda fase previa a reabilitação global da zona, incluindo a limpeza do rio.
Nunca avançou.
A Agência Portuguesa do Ambiente tem um projeto para desassoreamento e reabilitação das margens de uma “pequena parte” do Pepim. “Só vai minimizar o impacto visual no perímetro urbano da aldeia de Aveleda, mais nada”, sublinhou Mário. A intervenção não é suficiente para evitar as consequências na freguesia de Baçal, onde três juntas de agricultores viram aprovada uma candidatura a fundos comunitários de 320 mil euros para reabilitação do regadio.
“A montante da represa já há assoreamento e pode agravar-se. Haverá menos água por causa da areia, além da qualidade da água estar em causa, pois recebe sedimentos de metais pesados”, observou o presidente da junta de freguesia de Baçal, Luís Carvalho, que reclama a reabilitação do rio.
Face a estes problemas, os autarcas não poderiam ser favoráveis a uma exploração mineira a céu aberto, como a que está em estudo em Calabor, Espanha, a cinco quilómetros das minas do Montesinho. “A longo prazo quem sofre com a exploração mineira são as populações, que não podem fugir aos impactos negativos, que poriam em causa o turismo de natureza em franco desenvolvimento na zona”, avisa Mário Gomes.
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