Por: Humberto Pinho da Silva
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")
Certa ocasião, Nicolau Tolentino de Almeida, escreveu carta, dirigida ao Oficial da Secretaria do Reino, Lourenço José da Mota Manso, dizendo: “ Se tu não sabes o que é não ter dinheiro, eu to explico: abaixo dos estupores, é o maior mal do mundo…”
Para evitarem o “mal”, é que muitos passam a vida amealhando tudo que aforram.
Uns, começa, de novos, a formar o pecúlio, receando chegarem à velhice, e não terem bastante para sobreviverem com dignidade.
Outros, desbaratam tudo, levando vida de cigarra, confiados na Providência divina e na providência do Estado.
Os que imitam a formiguinha, passam duros trabalhos e privações constantes. Os que imitam a cigarra levam vida folgada a cantar, a passear e a banquetear em bons e alegres repastos.
Vem depois a calamidade, as crises económicas, as cigarrinhas, ao verem as formiguinhas, com dispensa cheia, e boa casa, descem à rua indignadas e a brados reclamam: igualdade! …
- “Não é certo, nem justo, que uns tenham tudo, e outros nada ou quase-nada! …” – dizem, revoltados.
E invejosos de não possuírem pé-de-meia, buscam assaltar a dispensa da formiguinha…trabalhadora.
Afirmam, filosoficamente: “ Quando o Sol nasce, é para todos! …. Vamos distribuir o “ mealheiro”, para que todos possuam seu quinhão…”
Conheci pobre homem, empregado de armazém, que desde muito novo amealhou. Casou com caixeirinha de loja de miudezas, que ambicionava ser senhora.
Assentaram engordar o “porco”, para adquirirem casa. Animados pelo sonho de serem independentes, mal comiam. Diariamente a janta, era apenas sopa. Só ao domingo saboreavam carne ou peixe, com batatinhas ou arroz malandrinho.
Arrecadada a quantia desejada, compraram terreno e levantaram linda moradia.
Os companheiros de trabalho, nesse entanto: viajavam, comiam e bebiam à tripa forra. Refastelavam-se no Inverno, bem aquecidos; e no Verão, nas areias morenas do Algarve e Benidorm.
Vendo a moradia do colega forreta, rosnavam à socapa: - “ Onde foi o pascácio roubar esse dinheiro?! …”
Vou, agora contar dois casos verídicos, de famosos milionários, para “adivinharem” como se faz fortuna, honestamente. Porque há, também, quem chegue a remediado, roubando parentes (até irmãos!), trabalhadores e a sociedade, em geral; estou certo, se eles têm consciência, está repleta de tenebrosos remorsos…agora, e principalmente, na hora da morte. …
Citarei, o multimilionário Calouste Gulbenkian, que depois dos trabalhadores se ausentarem, ia sorrateiramente pelos escritórios, recolher pontas de lápis que lançavam ao lixo, para usa-los no seu gabinete, no aproveita-lápis…
E o dono do império IKEA, que ao fazer compras no supermercado, procurava produtos no fim e validade, com preços especiais, para economizar…
Quando surgem graves crises, que afectam, em regra, os pobres, aparecem, entre eles, numerosos, que usufruíam bons vencimentos, passavam férias em Saint-Tropez e vestiam-se com boa fazenda inglesa; mas nunca pensaram criar pé-de-meia….
Para quê? Perguntam. O Estado Providente, e as formiguinhas prudentes, arrecadam sempre o bastante para repartirem, por todos…; a bem ou a mal…
Para evitarem o “mal”, é que muitos passam a vida amealhando tudo que aforram.
Uns, começa, de novos, a formar o pecúlio, receando chegarem à velhice, e não terem bastante para sobreviverem com dignidade.
Outros, desbaratam tudo, levando vida de cigarra, confiados na Providência divina e na providência do Estado.
Os que imitam a formiguinha, passam duros trabalhos e privações constantes. Os que imitam a cigarra levam vida folgada a cantar, a passear e a banquetear em bons e alegres repastos.
Vem depois a calamidade, as crises económicas, as cigarrinhas, ao verem as formiguinhas, com dispensa cheia, e boa casa, descem à rua indignadas e a brados reclamam: igualdade! …
- “Não é certo, nem justo, que uns tenham tudo, e outros nada ou quase-nada! …” – dizem, revoltados.
E invejosos de não possuírem pé-de-meia, buscam assaltar a dispensa da formiguinha…trabalhadora.
Afirmam, filosoficamente: “ Quando o Sol nasce, é para todos! …. Vamos distribuir o “ mealheiro”, para que todos possuam seu quinhão…”
Conheci pobre homem, empregado de armazém, que desde muito novo amealhou. Casou com caixeirinha de loja de miudezas, que ambicionava ser senhora.
Assentaram engordar o “porco”, para adquirirem casa. Animados pelo sonho de serem independentes, mal comiam. Diariamente a janta, era apenas sopa. Só ao domingo saboreavam carne ou peixe, com batatinhas ou arroz malandrinho.
Arrecadada a quantia desejada, compraram terreno e levantaram linda moradia.
Os companheiros de trabalho, nesse entanto: viajavam, comiam e bebiam à tripa forra. Refastelavam-se no Inverno, bem aquecidos; e no Verão, nas areias morenas do Algarve e Benidorm.
Vendo a moradia do colega forreta, rosnavam à socapa: - “ Onde foi o pascácio roubar esse dinheiro?! …”
Vou, agora contar dois casos verídicos, de famosos milionários, para “adivinharem” como se faz fortuna, honestamente. Porque há, também, quem chegue a remediado, roubando parentes (até irmãos!), trabalhadores e a sociedade, em geral; estou certo, se eles têm consciência, está repleta de tenebrosos remorsos…agora, e principalmente, na hora da morte. …
Citarei, o multimilionário Calouste Gulbenkian, que depois dos trabalhadores se ausentarem, ia sorrateiramente pelos escritórios, recolher pontas de lápis que lançavam ao lixo, para usa-los no seu gabinete, no aproveita-lápis…
E o dono do império IKEA, que ao fazer compras no supermercado, procurava produtos no fim e validade, com preços especiais, para economizar…
Quando surgem graves crises, que afectam, em regra, os pobres, aparecem, entre eles, numerosos, que usufruíam bons vencimentos, passavam férias em Saint-Tropez e vestiam-se com boa fazenda inglesa; mas nunca pensaram criar pé-de-meia….
Para quê? Perguntam. O Estado Providente, e as formiguinhas prudentes, arrecadam sempre o bastante para repartirem, por todos…; a bem ou a mal…
Humberto Pinho da Silva nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".
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