Está em consulta pública em Portugal o impacto ambiental que poderá causar a possível exploração mineira a céu aberto em Calabor, Pedralba de la Pradería.
A exploração fica a cerca de 5 Km da fronteira com Portugal e do concelho de Bragança. Várias entidades estão a manifestar-se contra e a câmara de Bragança é uma delas. O autarca Hernâni Dias refere que o projecto deverá ser revisto, porque não foram tidos em conta as consequências de possíveis derrames nos cursos de água transfronteiriços.
“Não pudemos concordar com esta situação, daí que a nossa análise tivesse merecido uma reprovação do documento. Consideramos que não foram adequadamente identificados os impactos no rio Calabor, ribeira da Aveleda em Portugal, não há qualquer referência a potenciais impactos associados a qualquer contaminação que aconteça numa situação de derrame nesta linha e entendemos que não foram avaliados os efeitos do transporte de sedimentos pela linha de água do rio Calabor”, afirmou.
O Parque Natural de Montesinho pode vir a ser uma das áreas mais afectadas. Segundo Mário Gomes, presidente da união de freguesias da Aveleda e Rio de Onor, as minas de volfrâmio e estanho podem trazer impactos negativos para os cursos de água daquela zona, nomeadamente o agravamento do assoreamento do rio Pepim. “Pelo que percebemos a localização situa-se na cumeada entre as duas linhas de água que atravessam a freguesias, o rio Pepim e o rio Igrejas em Varge, que com certeza irão sofrer impactos negativos”, referiu.
Também a Associação RIONOR já se manifestou contra o projecto de exploração. Francisco Alves, presidente da direcção, composta por membros do lado espanhol e do lado português, aponta que a exploração irá provocar a contaminação dos solos e prejudicar a agricultura.
Em comunicado, o Bloco de Esquerda de Bragança diz ver com “espanto a postura displicente e o silêncio do governo português” perante a possível exploração mineira a céu aberto. Refere ainda que este projecto terá um “pesado impacto na saúde das populações”, “nos cursos de água da bacia hidrográfica do Douro e ainda no Parque Natural de Montesinho, podendo mesmo afectar a nível de extinção espécies protegidas de fauna e flora”.
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