A partir de 30 de Agosto já se veem os peregrinos a caminharem rumo à Nossa Srª da Serra, em Rebordãos. Nove dias dedicados à fé, mas também ao convívio. Todos os anos se juntam mais de 15 mil pessoas. No recinto há os chamados “quartéis” onde as pessoas permaneciam durante aqueles dias. Este ano, por motivos de saúde pública, não será assim, conta o presidente de junta de Rebordãos, Adriano Rodrigues. “O problema vai ser para os feirantes e mesmo os quartos, que não vão ser arrendados, é uma receita que não vai entrar. A confraria vai ter um ano mau”.
Ainda assim, o autarca acredita que os peregrinos não deixarão de fazer a sua promessa e tem algum receio dos aglomerados que possam surgir. “Estou com algum receio porque se não houver GNR as pessoas não vão cumprir as normas de segurança. Vai juntar-se muita gente e acho que só há lugar para 80 ou 90 pessoas. Vai ser feita também uma procissão muito reduzida e as pessoas vão aglomerar-se”.
No recinto havia sempre restaurantes, comerciantes e feirantes. Manuel Martins desde 1994 que tem um restaurante nesta festa. Este ano é com tristeza que vê que não vai poder participar na festa. “É uma tristeza porque se puderam abrir restaurantes também deviam poder abrir nas festas. Nem há onde beber um café ou uma água. Só tinham que nos dizer quantas pessoas podiam estar no espaço”.
De 5 a 14 de Setembro começa a festa do Divino Srº da Agonia dos Chãos, também com novenas e peregrinos. Este ano também só se realiza a parte religiosa e possivelmente nem haverá procissão. Lucinda Alves, presidente da Confraria que organiza a romaria, acredita que este ano muitas pessoas deixarão de ir com medo do vírus. “Muitas das pessoas que vão às novenas e à festa, este ano, devido à pandemia, penso que todas as pessoas cumpriram com medo de ser contagiadas. Este ano vamos ser muito afectados e o convívio não será a mesma coisa”.
Os jogos tradicionais são outra das atracções. Nuno Veiga já os organiza há 15 anos. Por vezes são mais as pessoas que estão assistir do que as que participam, mas salienta que o que importa é o convívio. “Normalmente são centenas de pessoas. Cerca de 90% é com o intuito de observar. As pessoas mais velhas recordam ali a sua juventude”.
A pandemia quis assim que só se realizasse a parte religiosa e que o convívio, que tanto caracteriza estas romarias, não fizesse parte da festa.
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