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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

"Venho aqui porque sinto necessidade de retemperar esta minha costela nordestina", afirma AM Pires Cabral

A Biblioteca Municipal de Macedo de Cavaleiros vai passar ter o nome de António Manuel Pires Cabral. 
Um dos maiores poetas e escritores transmontanos da actualidade completou 79 anos. É natural de Chacim, mas foi Grijó que o adoptou. Em entrevista ao Jornal Nordeste e à Rádio Brigantia, contou que, apesar de a vida o ter levado para Vila Real, precisa de regressar às origens para adquirir inspiração.

“Eu venho aqui porque me sinto aqui bem, mas também porque sinto necessidade de retemperar esta minha costela nordestina. Porque Vila Real já é um distrito diferente já é uma gente diferente também. De facto sinto uma necessidade, de quando em quando, de vir aqui acima beber e retemperar as minhas raízes”, afirmou.

Estreou-se em 1974 com o livro de poesia “Algures a Nordeste”, mas também se dedica aos romances, ficção e até teatro. Já escreveu mais de 60 livros, cada um é uma entidade irrepetível.

“Cada livro é uma entidade irrepetível, cada um tem as condições em que foi gerado, em que foi escrito. Neste momento, no cantinho de literatura, em Grijó, estou a trabalhar em poesia. Não esqueço os meus poemas, nem os arrumo num canto. Gosto de quando em quando voltar a eles e ver se me dão ou não o prazer que me deu escrevê-los”, sublinhou.

As obras do escritor procuram dar uma visão genérica do Nordeste, inclusive o dicionário de língua popular que já publicou. Mas quanto ao futuro da região, Pires Cabral não o vê “muito cor-de-rosa”.

“Esta aldeia onde estamos (Grijó) há 30 anos estava cheia de gente. Agora não tem uma escola primária. Já não há gente e se não há gente não podemos considerar que seja um futuro risonho. O livro “A Gaveta do Fundo”, que publiquei há três anos, é profundamente pessimista em relação a isso. É um livro em que se vai constatando pormenor por pormenor, como a vida está a acabar, aqui no Nordeste. Oxalá que apareça alguém ou algum fenómeno que dê a volta a isto. Eu ainda me lembro de há 30 anos Grijó estar cheio de gente, viam- -se crianças a brincar na rua, gente que passava com os carros de bois, com os tractores, até com as vacas. Fervilhava de vida. Hoje não se vê nada disso”, referiu.

Pires Cabral já recebeu vários prémios, nomeadamente o prémio D. Dinis entregue, em 2006, pelo Presidente da República, na altura Cavaco Silva. Uma entrevista para ouvir na íntegra hoje, depois do noticiário das 17 horas.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais

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