A crise pandémica atingiu todos os setores da organização social, económica e cultural neste último ano de 2020. As consequências arrasadoras que a crise sanitária teve no setor da cultura são já sobejamente conhecidas, mas no que diz respeito aos públicos que visitavam os museus e monumentos no norte do país afetos à Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN), os resultados foram recentemente divulgados.
Segundo uma Nota de Imprensa da DRCN, no ano de 2020 o conjunto dos museus e monumentos afetos a esta entidade totalizou 665.993 visitantes, o que representa uma descida de 71% em comparação com o ano anterior, altura em que se registou um recorde de afluência.
“Trata-se do número de entradas mais baixo da última década, justificado pela situação pandémica provocada pelo COVID-19 e que, de resto, obrigou ao encerramento dos museus e monumentos entre 15 de março e 18 maio. Esta diminuição de afluência aos museus e monumentos tutelados pela Direção Regional de Cultura do Norte contraria a tendência de crescimento verificada nos últimos anos”, explica-se na nota de imprensa.
Em 2019 o conjunto dos museus e monumentos sob gestão da DRCN atingiu um recorde absoluto no número de visitantes, com um total de 2.232.154 entradas, o que representou uma subida de 22,9% em comparação com o ano anterior. De 2010 a 2019, o número de visitantes subiu 188%.
Em 2020, dos sete museus geridos pela Direção Regional de Cultura do Norte (Museu de Lamego, Museu dos Biscainhos e Museu D. Diogo de Sousa (Braga), Paço dos Duques e Museu de Alberto Sampaio (Guimarães), Museu da Terra de Miranda (Miranda do Douro) e Museu do Abade de Baçal (Bragança), continua a destacar-se o Paço dos Duques com 135.412 visitantes, registando, no entanto, uma variação negativa de 70,7% em relação ao período homólogo.
António Ponte, Diretor Regional de Cultura do Norte, mostra-se “apreensivo com a diminuição do número de visitantes, mas refere que, atendendo à situação provocada pela pandemia Covid-19, era já expectável esta redução de afluência”.
O responsável destaca “a resiliência de todos os trabalhadores afetos a estas estruturas”, assim como assinala como positivo o facto de “sobretudo os museus, terem tido a capacidade de se reinventarem, em particular durante o período de confinamento, rapidamente adaptando os seus conteúdos ao universo digital para assim manterem o contacto com os seus visitantes“. “Criar uma relação equilibrada entre as novas exigências e o espírito das visitas aos museus é o grande desafio para o futuro”, salienta o Diretor Regional de Cultura do Norte.
António Ponte sublinha ainda “um dos grandes objetivos do Plano Estratégico da Cultura relativo à captação de novos públicos para a cultura e ao potenciar do valor acrescido do património, como uma realidade que necessita de ser alavancada na diversificação, intensificação e aproximação das experiências dos públicos nos equipamentos culturais, na promoção da leitura e de uma oferta editorial diversificada, e ainda na consolidação de uma visão para o papel estratégico e integrador que o património cultural pode desempenhar na promoção do desenvolvimento territorial”.
Sem comentários:
Enviar um comentário