Em tempos de confinamento geral devido à pandemia, a GNR tem em curso uma operação nacional de aconselhamento aos idosos que vivem sozinhos ou isolados. Os militares alertam para a necessidade de se manterem em casa e para desconfiarem de quem lhes apareça à porta a vender a vacina contra a covid-19.
Na Fontelonga, concelho de Carrazeda de Ansiães, Rosa Neves ouviu com atenção a mensagem de Pedro Pereira e Gil Teixeira, militares do Destacamento da GNR de Mirandela: "Alertamos para o facto de andarem por aí alguns supostos enfermeiros a sugerirem a toma da vacina", começaram por explicar, frisando, a seguir, que "isso não vai acontecer" e que "não devem deixar-se cair nesse tipo de burla". Porque o mais certo é os burlões aparecerem para "pedir dinheiro".
Rosa disse estar consciente desses perigos e garantiu que só abre a porta a quem conhece. O mesmo faz Maria Alexandrina, que também reside na Fontelonga, a quem a GNR aconselhou a "permanecer em casa" e só sair para "ir às compras ou ao banco". Mesmo assim, "respeitando as regras de distanciamento de outras pessoas e usar máscara".
Alexandrina agradeceu os conselhos, dizendo que só sai para "ir às compras e buscar o cacauzinho (dinheiro) e lamenta não poder oferecer "um lanchezinho, com um tratadinho (vinho do Porto) e um biscoitito".
Para além de Mirandela e Carrazeda de Ansiães, as operações do destacamento mirandelense da GNR abrangem também o concelho de Vila Flor, onde um casal, de 59 e 60 anos, foi detido por andar a passear na rua depois de os dois elementos terem testado positivo à covid-19.
O capitão da GNR Hugo Torrado lembra que quem for apanhado a circular, quando devia estar em casa em isolamento profilático, incorre num crime de "desobediência". Inicialmente os incumpridores são "encaminhados para a residência" e a seguir é dado "conhecimento ao Ministério Público".
"Findo o período de isolamento, a pessoas tem de se deslocar a tribunal para assumir as suas responsabilidades de âmbito criminal", acrescenta Hugo Torrado. A pena pode ir até "um ano de prisão ou 120 dias de multa".
Uma outra frente desta operação da GNR é dirigida à fiscalização de trânsito automóvel e circulação de pessoas. Quem andar a circular sem justificação válida incorre numa multa que, dependendo das circunstâncias, pode ir até aos mil euros.
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