Cerca de doze anos após a publicação da lei sobre o alargamento da escolaridade obrigatória até ao 12.º ano ou aos 18 anos, a desigualdade de oportunidades de acesso ao nível ensino secundário (10.º.11.º e 12.º anos) continua a ser uma realidade no concelho de Vimioso.
Todos os jovens que são originários deste concelho nordestino vêem-se “obrigados a deslocarem-se para outros concelhos, num território em que os transportes públicos não se apresentam como alternativa viável e em que as vias de comunicação são deficitárias e com níveis de segurança questionáveis, aguardando, há muito, pelo cumprimento da promessa governamental de requalificação“.
Num comunicado da CIM das Terras de Trás-os-Montes salienta-se que “este cenário é insustentável para os alunos e suas famílias que têm de suportar os custos elevados com o transporte e alojamento, para assegurar um direito constitucionalmente consagrado”.
Esta é uma situação para a qual, ano após ano, o Município de Vimioso tem vindo a alertar o poder central, reivindicando um tratamento equitativo para os alunos do concelho. “A verdade é que o Governo e o Ministério da Educação, em particular, nunca deram resposta ao problema e os alunos de Vimioso continuam a ter que ‘pagar’ para frequentar o ensino obrigatório, num claro desrespeito pela igualdade efetiva de oportunidades. Uma situação que põe em causa o sucesso educativo e consequentemente o futuro destes jovens”, alerta o Conselho Intermunicipal da CIM das Terras de Trás-os-Montes, ao mesmo tempo que demonstra preocupação e “total solidariedade para com o município e os munícipes de Vimioso”.
Em face desta situação de clara desigualdade de oportunidades para os jovens que habitam a região do Nordeste Transmontano e particularmente o concelho de Vimioso, o Conselho Intermunicipal da CIM das Terras de Trás-os-Montes deliberou, por unanimidade, “reivindicar junto do Governo o financiamento, no imediato, de todas as despesas com transporte e alojamento dos alunos do concelho de Vimioso obrigados a frequentar o ensino secundário noutros municípios, defendendo a implementação deste nível de ensino no concelho transmontano já no próximo ano lectivo”.
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