segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Zasnet alerta para os impactos negativos da mina a céu aberto de Valtreixal para a Reserva da Biosfera

 O ZASNET, cujo projeto mais emblemático é o desenvolvimento da Reserva da Biosfera Transfronteiriça da Meseta Ibérica (RBTMI), que abrange os territórios do Nordeste Trasmontano, Zamora e Salamanca, apela em nota distribuída à comunicação social “às entidades responsáveis pela realização da avaliação do Estudo do Impacto Ambiental causado pela instalação da mina que tenham em conta as consequências negativas que este projeto terá para a RBTMI e o seu modelo de desenvolvimento sustentável”.


O ZASNET (Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial) emitiu hoje um comunicado tentando alertar para as consequências e impactos negativos na Reserva da Biosfera provenientes da instalação de uma mina de volfrâmio a céu aberto em Valtreixa, Calabor, Espanha, no limite da proteção ambiental da Serra da Culebra, na Sanábria, e a cerca de cinco quilómetros da fronteira portuguesa e do Parque Natural de Montesinho.

O ZASNET, cujo projeto mais emblemático é o desenvolvimento da Reserva da Biosfera Transfronteiriça da Meseta Ibérica (RBTMI), que abrange os territórios do Nordeste Trasmontano, Zamora e Salamanca, apela em nota distribuída à comunicação social “às entidades responsáveis pela realização da avaliação do Estudo do Impacto Ambiental causado pela instalação da mina que tenham em conta as consequências negativas que este projeto terá para a RBTMI e o seu modelo de desenvolvimento sustentável”.

Após um relatório, o Agrupamento, constituído pelas Associações de Municípios de Terra Fria do Nordeste Transmontano e da Terra Quente Transmontana, a Câmara Municipal de Bragança e as Diputaciones de Zamora e Salamanca, bem como o Ayuntamiento de Zamora, analisou os objetivos e programas, em curso na RBTMI, para garantir o equilíbrio de interesses no desenvolvimento sustentável deste território transfronteiriço, que passam por uma estratégia de desenvolvimento baseada no equilíbrio entre a conservação da natureza e a promoção do desenvolvimento social, educação e a investigação científica.

Segundo Hernâni Dias, presidente em exercício do ZASNET, e signatário do comunicado, “o principal problema tem a ver com a impossibilidade de integrar nos objetivos das reservas da biosfera, uma intervenção com as características da mina a céu aberto proposta, colocando em risco o reconhecimento emitido pela UNESCO, há cinco anos”.

O ZASNET diz que “ a instalação desta mina é altamente poluente, não só localmente, mas afeta uma área muito maior que o expectável, tanto ao nível do solo como da água e da atmosfera. Também é considerada muito prejudicial aos ecossistemas em todo o território, com especial incidência em Áreas Protegidas e Classificadas como Sítios de Importância Comunitária (SIC) ou Zonas de Proteção Especial (ZPE)”, refere-se num comunicado de imprensa endereçado ás redações da comunicação social.

O ZASNET chama a atenção para a localização desta mina a céu aberto, no coração da Reserva da Biosfera Transfronteiriça Meseta Ibérica, com as suas Áreas Protegidas e Zonas de Proteção Especial, como a Rede Natura 2000, que afetará o equilíbrio dos ecossistemas e, consequentemente, a população residente e não residente.

O agrupamento qualifica o projeto da mina Valtreixal como “altamente desfavorável ao turismo de natureza, num território de excelência como é a Reserva para o desenvolvimento deste tipo de atividades, uma vez que compromete as bases e fundamentos do programa MaB (Homem e a Biosfera) o selo atribuído pela UNESCO, com grande esforço, a este território de elevado valor ambiental”.

O Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial considera ainda como “muito adversa para as futuras atividades que o ZASNET pretende desenvolver, no sentido de promover e valorizar este território de baixa densidade populacional, que convive em harmonia com a natureza, a cultura, o património arquitetónico e arqueológico, bem como, para os produtos de qualidade única desta área”.

Projeto de investimento de 2 milhões de euros

Além das graves implicações ambientais e consideráveis investimentos já efetuados com o projeto para a implementação da sinalização turística em toda a Reserva da Biosfera, o ZASNET lembra que está, atualmente, a desenvolver um projeto denominado Património cultural, produtos autóctones, natureza e turismo como base económica para o desenvolvimento da Reserva da Biosfera Transfronteiriça da Meseta Ibérica, com uma despesa aproximada de 2 milhões de euros, financiada no âmbito do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, através do Programa INTERREG VA e POCTEP. Este projeto visa a promoção e valorização do território através de um conceito de desenvolvimento económico, cujo eixo principal é o turismo de qualidade, inteligente e responsável, com ações de proteção e valorização do património natural e cultural, o que constitui uma oportunidade para as PMEs, conforme proposto pelo Plano Estratégico de Cooperação Territorial – ZASNET 2020.

Entre as ações previstas estão a implementação da marca corporativa RBT Meseta Ibérica; organização de eventos; o desenvolvimento do projeto para equipar quatro Centros de Interpretação; o desenho de roteiros e pacotes turísticos; a criação de um Observatório Turístico; a organização do I Encontro Internacional de Bloggers de Turismo, bem como a formação específica para o setor do turismo da RBTMI.

Um modelo de turismo responsável e não agressivo

O ZASNET sublinha que “o modelo económico que se pretende para a RBTMI, é um modelo de turismo sustentável e responsável da Biosfera (BIOSPHERE RESPONSIBLE TOURISM DESTINATION) uma certificação internacional, já alcançada por esta entidade, que promove o equilíbrio entre o património ambiental, o aproveitamento das oportunidades económicas e valores socioculturais, visando, também, o combate às alterações climáticas. Esta certificaçâo cria oportunidades para a população da Reserva da Biosfera, através de um modelo de turismo não agressivo, satisfazendo as necessidades atuais dos clientes e utilizadores, sem comprometer as gerações futuras”.

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