“Dina Salústio é a vencedora da edição 2022 do Prémio Literário Guerra Junqueiro Lusofonia 2022 Cabo Verde. A entrega do prémio acontecerá na Biblioteca Nacional de Cabo Verde, na Cidade da Praia”, revelou à Lusa Avelina Ferraz.
A cerimónia decorre no âmbito do Encontro de Escritoras Lusófonas, promovido pela Academia Cabo-Verdiana de Letras e pela Sociedade Cabo-Verdiana de Autores, indicou a curadora.
O Prémio Literário Guerra Junqueiro é promovido no âmbito do Freixo Festival Internacional de Literatura (FFIL), que se realiza desde 2017, em Freixo de Espada à Cinta, terra natal de Guerra Junqueiro (1850-1923) e vila anfitriã do prémio, em Portugal.
“É um privilégio poder entregar um prémio destes e destacar o papel do feminino na literatura lusófona. Mulheres que, tal como Guerra Junqueiro, patrono desta iniciativa, são ativistas no plano social, económico e cultural. Ousam desafiar paradigmas e fazem valer a sua voz, cada vez mais e melhor’, explicou a vice-presidente da câmara de Freixo de Espada à Cinta, no distrito de Bragança, Ana Luísa Peleira.
Para a curadora do prémio, Dina Salústio "é um marco na literatura cabo-verdiana”.
“Muito crítica relativamente à sociedade contemporânea, a sua obra espelha uma discussão baseada na desigualdade de género, apontando caminhos e soluções, com recurso a uma linguagem muito própria”, concretizou Avelina Ferraz.
O Prémio Literário Guerra Junqueiro Lusofonia distinguiu, em 2021, os escritores Albertino Bragança (São Tomé e Príncipe), Vera Duarte Pina (Cabo Verde), Abraão Bezerra Batista (Brasil), Abdulai Sila (Guiné-Bissau), Luís Carlos Patraquim (Moçambique), Agustín Nze Nfumu (Guiné Equatorial), João Tala (Angola) e Xanana Gusmão (Timor-Leste).
Para 2022, os promotores do FFIL disseram que os restantes premiados, tanto para Portugal como para a lusofonia, serão revelados a breve prazo.
O Prémio Literário Guerra Junqueiro, que em 2020 foi alargado à Lusofonia, com o Prémio Literário Guerra Junqueiro Lusofonia, "é um importante contributo para um movimento criador de uma união cultural lusófona e responsável", frisou à data Avelina Ferraz.
O papel social, político e cultural que Guerra Junqueiro assumiu no seu tempo foram e continuam a ser fonte de inspiração para escritores e poetas.
“Este prémio literário dá voz a quem, como ele, pretende manter em aberto todos os temas pertinentes e que façam deles as suas próprias causas, através da escrita”, indicou a organização do evento literário.
A primeira edição do Prémio Literário Guerra Junqueiro distinguiu Manuel Alegre (2017), seguindo-se Nuno Júdice, em 2018, José Jorge Letria, em 2019, Ana Luísa Amaral, em 2020. Em 2021, em Portugal, o prémio foi atribuído a Hélia Correia.
Dina Salústio recebe prémio Guerra Junqueiro como incentivo e responsabilidade
A escritora cabo-verdiana Dina Salústio disse hoje que a atribuição do prémio Literário Guerra Junqueiro 2022 Lusofonia Cabo Verde representa um “incentivo”, mas também “mais responsabilidade”, sublinhando a qualidade literária no arquipélago.
“Para a literatura cabo-verdiana é importante porque nós estamos a ultrapassar as nossas fronteiras para chegar a outros destinos, que é afinal o que queremos fazer com a palavra, não é? É procurar novos destinos, procurar novas gentes, procurar novos pensamentos”, afirmou Dina Salústio aos jornalistas, à margem da cerimónia que decorreu hoje na Biblioteca Nacional de Cabo Verde, na Praia, em que recebeu aquele prémio literário.
Com a sua carreira, Dina Salústio, 81 anos, venceu a edição 2022 do Prémio Literário Guerra Junqueiro Lusofonia Cabo Verde e a entrega decorreu no âmbito do Encontro de Escritoras Lusófonas, promovido pela Academia Cabo-Verdiana de Letras e pela Sociedade Cabo-Verdiana de Autores.
“Sim, serve de incentivo sempre. E acrescenta responsabilidade também, porque a gente quando recebe um prémio, depois, tem de fazer um bocadinho melhor do que aquilo que costuma fazer”, afirmou a escritora cabo-verdiana, antiga professora e jornalista em Cabo Verde, Portugal e em Angola.
“É um carinho e um abraço à literatura cabo-verdiana e a Cabo Verde. Porque a gente só recebe estes prémios, ao fim e ao cabo, porque Cabo Verde é um país respeitado, um país que luta pela democracia, que luta para que o seu povo não passe fome e não tenha injustiças”, acrescentou, defendendo que, “por isso”, os escritores cabo-verdianos também são “olhados com respeito”.
A escritora destacou que, apesar das dificuldades e custos, em Cabo Verde “publica-se muito”, e elogiou os novos escritores: ”Gente nova a escrever nas redes sociais que é uma maravilha”.
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