Glossário de tecidos e outros
Albarrada – elemento decorativo de origem oriental, composto por vaso com flores.
Aletas – espécie de cabeção, existente na capa de honras, que desce até à cintura.
Barras – parte inferior do colete do traje das lavradeiras do Minho, que é geralmente de veludo bordado.
Bioca – capa ampla, comprida e com capuz.
Branqueta – nome dado ao tecido confecionado com lã de cor natural; peça de vestuário usada pelos sargaceiros do litoral minhoto.
Briche – nome dado ao tecido de lã fina, confecionado com la penteada.
Burel – nome dado ao tecido confecionado em lã. pisoado e usado no traje de trabalho.
Cachené – deturpação popular da palavra francesa «cache-nez», para designar um lenço de cabeça em tecido de la estampada.
Capeto – cobertura protetora do capuz que acompanha a saliência do pescoço e se prolonga até aos ombros.
Capucha – capa de burel que cobre a cabeça e o corpo, usada em Trás-os-Montes e Beira.
Carapinha – tira de malha executada com fio de la formando argola, usado na decoração dos barretes.
Catalão – carapuça de lã, oriunda de Espanha.
Cetim – ponto de tecelagem cujos ligamentos estão repartidos de maneira a dissimularem-se entre as lassas adjacentes, a fim de constituírem uma superfície unida de lassas.
Feltro – tecido fabricado com filamentos de lã ou pelos prensados e fortemente aglutinados.
Forro – larga barra, geralmente bordada, que guarnece a extremidade inferior das saias das lavradeiras do Minho.
Listrão – cordão de cores diversas usado à volta da cinta, para arregaçar as saias, oriundo de La Guardia e Baiona.
Louisine – ponto derivado do tafetá, em que os fios de teia, agrupados regular ou irregularmente, são remetidos cada um em sua malha, para se obter uma perfeita separação e paralelismo nos seus cruzamentos com a trama.
Moiré – efeito decorativo sobre um tecido, obtido por esmagamento a quente.
Ourelo – cordão de cores diversas usado à volta da cinta, para arregaçar as saias das poveiras.
Pala – nome dado à barra pregueada das saias do traje feminino da Madeira (viloa).
Palote – pequeno bastão usado pelos Pauliteiros de Miranda, na execução das suas danças.
Pequim – tecido de listras à teia, produzido por pontos diferentes.
Pestana – tiras cortadas em viés, pespontadas e terminadas em bico que decoram as camisas dos pescadores da Nazaré; são geralmente do mesmo tecido da camisa.
Pisão – máquina em que nas tecelagens se aperta e bate o pano, para o tornar mais consistente.
Precita – faixa usada à volta da cintura dos pescadores da Póvoa de Varzim.
Puxados – efeito decorativo produzido nos tecidos em que a trama é puxada por ganchos, formando pequenas argolas.
Raixa – possível deturpação de raxa – espécie de pano grosseiro sem pelo.
Redingote – palavra de origem inglesa («Riding-Coat») que se aplica a determinado tipo de corte
Riscado – tecido de algodão, ponto de tafetá, caracterizado por riscas de cor alternadas com riscas brancas.
Rodilha – argola confecionada em tecido e almofadada, usada sobre a cabeça para proteção e maior comodidade no transporte de volumes.
Saragoça – tecido de lã grossa confecionado em teares manuais.
Sarja – ponto de tecelagem caracterizado pelos efeitos oblíquos, obtidos pela deslocação de um fio de teia para a direita ou para a esquerda em cada passagem de trama.
Seriguilha – tecido de confeção manual, onde a teia é de linho e a trama de lã.
Silvas – elemento decorativo bordado, formando motivos vegetalistas, que decora o traje das lavradeiras do Minho.
Sueste – designação dada ao chapéu usado nas fainas piscatórias e na apanha do sargaço. Caracterizava-se pela impermeabilização do tecido por meio de óleo.
Tafetá – designação dos tecidos em cujo ponto a repetição se limita a dois fios e a duas passagens; e no qual os fios pares e impares alternam em cada passagem por cima e por baixo da trama.
Tecido pisoado – tecido com acabamento no pisão.
Trincha – tira pregueada com cerca de quinze centímetros de altura, cosida à parte superior da saia do traje da lavradeira do Minho.
Vega – nome atribuído à lã de ovelha de cor castanha-clara.
Veludo – tecido cuja superfície é coberta de anelado ou felpa, saindo de um cruzamento de fundo.
MCG; MG
Fonte: “Trajes Míticos da Cultura Regional Portuguesa” – Museu Nacional do Traje – Lisboa Capital Europeia da Cultura 94
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