A peça de burel pôde sair novamente dos baús para que quem a usa pudesse mostrar a 'proa' de ser mirandês e das tradições.
José Falcão não faltou à celebração e trouxe uma capa bastante antiga que já acompanha a família há várias gerações.
“Já é muito, muito, muito antiga, já era dos meus avós, não tenho a certeza de quantos anos tem, mas serão mais de 100, porque já era dos meus avós e há mais de 50 anos que eles morreram. Está ainda bem conservada e esta era mesmo utilizada no trabalho, tinham gado e usavam quando chovia, para proteger do frio”, conta.
A presidente da Câmara de Miranda do Douro, Helena Barril, acredita que esta cerimónia da exaltação da Capa de Honras tem ajudado a revigorar esta peça de vestuário tradicional “Todo o trabalho feito até aqui colocou a capa de honras no lugar que ela merece estar, com o destaque que ela merece. E se cada vez mais nos virarmos para este objecto, que é um objecto distinto da nossa cultura, vai ser algo que vai perdurar no tempo e vai estar com certeza não nas malas, mas cada vez mais presente em várias cerimónias”, afirma.
A autarca acredita que a inscrição na matriz cultural nacional está próximo de se concretizar, que acredita que “vai ser o culminar de todo o caminho” de reconhecimento e “depois há que continuar a trabalhar e a dar enfase a esta peça”.
A autarca mostrou-se satisfeita com o regresso da cerimónia que serviu para homenagear um dos artesãos que as fabricava, Aureliano Ribeiro, que morreu recentemente.
Vários mirandeses participaram na cerimónia de exaltação da capa de Honras, a que se juntaram também espanhóis com a capa alistana, com caraterísticas muito semelhantes. A animação foi garantida por pauliteiros e gaiteiros. Houve ainda espaço para um momento simbólico de apelo à paz em solidariedade com a Ucrânia em que foi libertada uma pomba branca.
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