Ao Mensageiro, o presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, admitiu que já houve empreitadas que tiveram de ser suspensas e que terão de ser colocadas novamente a concurso por incapacidade das empresas em concluir as obras.
Uma situação que vai implicar mais gastos para o município, devido à escalada dos preços das matérias primas.
"Já tivemos de rescindir contratos por incumprimento dos empreiteiros e isso tem a ver, claramente, não só com o aumento das matérias primas mas por haver incapacidade ao nível de mão de obra.
Tivemos de ceder a posição contratual numa intervenção na zona histórica, no âmbito do PEDU", explicou o autarca brigantino.
Mas Hernâni Dias revela que há mais casos.
"Rescindimos uma outra que tinha a ver com uma intervenção junto à estação rodoviária que era a construção da ponte e o arranjo daquela zona, que vamos lançar novamente a concurso", disse.
Esta situação vai implicar a colocação a concurso com cadernos de encargos mais avultados.
"Vai trazer custos acrescidos, na ordem dos 30, 40 por cento a mais, por incapacidade das empresas", antevê Hernâni Dias.
Segundo disse ao Mensageiro, "as penalizações [para as empresas incumpridoras] são as decorrentes da legislação".
Por isso, haverá um impacto no orçamento municipal, que supera atualmente os 50 milhões de euros.
"As novas empreitadas terão seguramente um aumento de 30 por cento, no mínimo. Terá sempre impacto no orçamento municipal.
Não tínhamos mais novas empreitadas para lançar, para além das normais, como novas estradas no meio rural", frisou.
Uma das obras afetadas é a do Museu da Língua, no edifício dos antigos celeiros
"Estamos com dificuldades também [nessa obra]. A obra ficará parada se não houver seguimento. Teremos de fazer o mesmo procedimento", explicou.
Ao que o Mensageiro apurou, a empresa responsável pela construção , oriunda do Montijo, já abandonou o estaleiro.
O Museu da Língua Portuguesa é uma das intervenções incluídas no Plano no Estratégico de Desenvolvimento Urbano que está em curso na cidade de Bragança, com um investimento no valor de dez milhões de euros para a reabilitação dos antigos silos, e o interior será transformado para a instalação do museu, que apostará principalmente em conteúdos virtuais.
A conclusão da obra estava prevista para este ano.
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