Já não sei que escritor francês conta que uma vez um burro encontrou uma rosa, flor que não conhecia, e disse-lhe:
− Com que então tu é que és a afamada rosa, de quem os poetas dizem maravilhas?
E comeu-a. E, tendo-a comido, comentou:
− Enfim, não era má de todo. Mas já tenho comido coisas bem melhores.
Onde está a graça desta anedota? Está no equívoco. No facto de o mesmo adjectivo poder ser aplicado a coisas de naturezas muito diferentes, e, usando-o nós em relação a determinada coisa, o entendam outros como referido a coisa diferente. Ou seja, quando o poeta diz que uma flor é magnífica está a pensar na beleza dela. Mas para um burro, que não raciocina (?) em termos estéticos, mas sim em termos alimentares, uma coisa magnífica é uma coisa muitíssimo boa para comer.
Carl Sandburg, poeta americano, escreveu um poema que tem por ideia forte um equívoco semelhante ao do burro. É um poema magnífico. Ora leiam a parte final, na tradução de Alexandre O´Neil:
«Todas estas carruagens serão, um dia, montes de ferrugem; / homens e mulheres que riem / no vagão-restaurante, nas carruagens-camas, hão-de acabar em pó. / No salão dos fumadores pergunto a um homem qual o seu destino. / “Omaha”, responde.»
Onde está o equívoco, neste poema? Está, obviamente, em que o poeta usa a palavra ‘destino’ no sentido escatológico: o destino final, ou seja, aquilo que nos espera do lado de lá da morte. Por seu turno, a pessoa com quem conversa toma ‘destino’ no sentido imediato, ou seja, o lugar para onde se viaja. A cidade de Omaha, neste caso.
Se, na anedota do burro, o equívoco faz rir, na história do passageiro do comboio, o equívoco faz pensar. Mas tudo são equívocos.
E como fiz pensar o meus Amigos FB, indemnizo-os, dando-lhes a saborear esta beleza de rosa. E pergunto-lhes: será que, em Omaha, o burro já comeu coisas melhores do que esta rosa? Duvido.
− Com que então tu é que és a afamada rosa, de quem os poetas dizem maravilhas?
E comeu-a. E, tendo-a comido, comentou:
− Enfim, não era má de todo. Mas já tenho comido coisas bem melhores.
Onde está a graça desta anedota? Está no equívoco. No facto de o mesmo adjectivo poder ser aplicado a coisas de naturezas muito diferentes, e, usando-o nós em relação a determinada coisa, o entendam outros como referido a coisa diferente. Ou seja, quando o poeta diz que uma flor é magnífica está a pensar na beleza dela. Mas para um burro, que não raciocina (?) em termos estéticos, mas sim em termos alimentares, uma coisa magnífica é uma coisa muitíssimo boa para comer.
Carl Sandburg, poeta americano, escreveu um poema que tem por ideia forte um equívoco semelhante ao do burro. É um poema magnífico. Ora leiam a parte final, na tradução de Alexandre O´Neil:
«Todas estas carruagens serão, um dia, montes de ferrugem; / homens e mulheres que riem / no vagão-restaurante, nas carruagens-camas, hão-de acabar em pó. / No salão dos fumadores pergunto a um homem qual o seu destino. / “Omaha”, responde.»
Onde está o equívoco, neste poema? Está, obviamente, em que o poeta usa a palavra ‘destino’ no sentido escatológico: o destino final, ou seja, aquilo que nos espera do lado de lá da morte. Por seu turno, a pessoa com quem conversa toma ‘destino’ no sentido imediato, ou seja, o lugar para onde se viaja. A cidade de Omaha, neste caso.
Se, na anedota do burro, o equívoco faz rir, na história do passageiro do comboio, o equívoco faz pensar. Mas tudo são equívocos.
E como fiz pensar o meus Amigos FB, indemnizo-os, dando-lhes a saborear esta beleza de rosa. E pergunto-lhes: será que, em Omaha, o burro já comeu coisas melhores do que esta rosa? Duvido.
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