Embora oriundo de famílias nortenhas: Minho, Trás-os-Montes, Douro Litoral, e até da Galiza, teve uma vivência, educação e hábitos verdadeiramente cosmopolitas.
Reputado Etnólogo, e responsável pela renovação desta Ciência em Portugal, licenciou-se na Faculdade de Direito, em 1932, e na Faculdade de Ciências Histórico-Filosóficas da Universidade de Coimbra, em 1947, já depois de ter ingressado, em 1944, no funcionalismo público.
“a pé, extensas regiões do Pais – uma terra ainda fora do presente, virgem de estradas, de turismo, de poluições:
– as praias desertas do Algarve;
– as remotas áreas fronteiriças de Castro Laboreiro ao Gerês e Larouco;
– a Terra Fria transmontana, de bravios, estevas e lobos;
– as serras e os rios – atardando-se nas aldeias, empapando-se da sua cultura e assimilando-a, em longa vivência contemplativa participante”.
Funções de direção em diversas instituições
Em 1932, conheceu Jorge Dias, com quem manteve uma longa amizade. Com este e outros investigadores formou o Centro de Estudos de Etnologia, em 1947.
Em 1965, tornou-se subdiretor do Museu de Etnologia, ascendendo ao cargo de diretor, em 1973, após o falecimento de Jorge Dias. Mantendo-se em funções até 1980, dirigiu, simultaneamente, o Centro de Estudos de Antropologia Cultural.
Em 1980, assumiu as funções de diretor do Centro de Estudos de Etnologia, nas quais se manteve até à data da sua morte, em 1990.
De 1973 a 1978, integrou o corpo redatorial da Revista Ethnologia Europaea. Fez, ainda, parte do International Secretariat for Research on the History of Agricultural Implements.
Dedicou-se à investigação etnográfica e etnológica do território e cultura portugueses.
Como investigador, de reconhecidos méritos, publicou inúmeros estudos distribuídos por áreas tão diversas como
– a arquitetura,
– o mobiliário,
– a tecnologia tradicional,
– festividades cíclicas,
– museologia e exposições,
– arte africana
– e literatura oral.
O Museu de Etnologia, na sua atual conceção, é um reflexo da orientação e especialização de Veiga de Oliveira, como um dos mais rigorosos investigadores da etnologia portuguesa.
Recebeu o Doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Évora, em 27 de Julho de 1984, tendo sido seu patrono Ilídio Melo Peres do Amaral.
Fonte: Enciclopédia Universal Multimédia da Texto Editora (1997) – texto adaptado e ampliado
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