“Lançámos várias iniciativas para comemorar a atribuição da Carta de Foral em 1272 pelo então rei D. Afonso III. Já esta terça-feira vão realizar um fórum que reúne um painel de investigadores para realçar a importância da atribuição do Foral a Mogadouro. Estas iniciativas têm agora o seu início e vão-se prolongar até 2023", disse António Pimentel.
Segundo o autarca do distrito de Bragança, perspetiva-se para o próximo ano um conjunto de iniciativas culturais e lúdicas, entre outras cerimónias oficiais, para assinalar a atribuição de um documento que trouxe ao concelho de Mogadouro responsabilidades no campo da defesa da linha de fronteira com o seu castelo ou vários privilégios económicos e territoriais que marcaram a diferença durante a Idade Média.
“Olhando para a história de Mogadouro, o que se pretende é já nas cerimónias marcadas para terça-feira, realçar a evolução que o concelho tem tido nos últimos anos. Mogadouro tem contado nas últimas décadas com um conjunto de autarcas que contribuem para o desenvolvimento e progresso do todo o concelho”, vincou.
Aproveitando a efemérides, António Pimentel destacou a centralidade de Mogadouro e o acesso privilegiado a vias de comunicação que posicionam o concelho como “uma zona que pode merecer a atenção dos empreendedores tanto nacionais como internacionais".
“A proximidade geográfica e histórica à linha de fronteira, ao aeroporto Sá Carneiro e ao porto de Matosinhos, bem como aos grandes centros urbanos regionais como Mirandela, Bragança, Vila Real, Viseu, Guimarães ou Braga, pode funcionar como um fator importante na sustentabilidade do concelho”, frisou o autarca.
A cultura e a história do concelho de Mogadouro são também recursos que a autarquia pretende valorizar e potencializar para assinalar estes 750 anos sobre a atribuição da Carta de Foral.
Segundo o historiador local Antero Neto, o rei D. Afonso III atribuiu o primeiro foral a Mogadouro no dia 27 de dezembro de 1272, em Santarém.
“A outorga do Foral inseriu-se na política levada a cabo por este monarca no sentido de reforçar o povoamento e o domínio sobre o território nacional da jovem nação, na sequência da conquista do Algarve e definição das fronteiras portuguesas”, explicou.
Através deste instrumento jurídico, D. Afonso III criou formalmente o concelho de Mogadouro, que já existia enquanto território, mas sem configuração administrativa. Ao outorgar foral a Mogadouro, o monarca estipulou que o mesmo se regia pelas regras do foral de Zamora e que os habitantes do concelho de Mogadouro lhe deviam dar o mesmo que os “zamoranos” davam ao rei de Castela e Leão.
Mais tarde, na sequência da política de incremento das trocas mercantis que estimulou, este mesmo monarca viria ainda a instituir a feira de Mogadouro.
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