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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Festas de Santo Estevão nas Arcas estão cada vez mais próximas da tradição ancestral

 Os Caretos das Arcas saíram à rua para celebrar Santo Estevão, naquela aldeia do concelho de Macedo de Cavaleiros.


As atividades começaram no dia de Natal e terminaram ontem, dia de Santo Estevão, com a tradicional arrematação do “charolo”, que é composto pela típica rosca doce, pelas bolas, doces e até um cordeiro entra no conjunto. O dinheiro angariado serve para a realização da festa do próximo ano.

A dinamização ficou a cargo da Associação Núcleo de Costumes e Tradições das Arcas, que este ano decidiu reintroduzir algumas práticas que se foram perdendo ao longo dos anos, como explica Nelson Peixeiro, da associação:

“Fizemos uma queimada e a ronda pelas casas, o que não se costumava fazer.

Todas as pessoas abriram a porta e as adegas. Os caretos desejaram boas-festas às pessoas.

O grupo de caretos atual tem sete elementos e gostaríamos que mais pessoas da aldeia se juntassem, pois o objetivo não é receber mascarados de fora.”

Também conhecidas como As Festas dos Rapazes, as comemorações de Santo Estevão na aldeia de Arcas voltaram a incluir as “galhofas”, sobre as quais conta mais José Jecas, presidente da Junta de Freguesia, que apoiou a organização:

“São lutas em que os caretos são desafiados pelos populares, por vezes mais forte que o careto, para o deitar ao chão, na brincadeira. Era uma tradição que já se tinha perdido.

Muita gente visitou a aldeia para ver as Festas de Santo Estevão e este novo formato, que iniciou este ano, surpreendeu-nos bastante.”

Tradições que agradam a quem delas participa e que, por isso, devem ser mantidas:

“Cada vez a aldeia de Arcas está a evoluir um pouco mais e as pessoas a colaborarem umas com as outras, o que é impressionante.

Já antes o era mas este ano ainda foi mais. Em 2021 tivemos umas sete adegas e este ano demos a volta à aldeia toda.”

“Eu casei aqui e na véspera do meu casamento houve esta festa.

É bom porque as pessoas convivem e por vezes há pessoas doentes, que vivem sozinhas, e estas visitas são importantes.”

“Tenho vindo nesta altura. 

Não conhecia a tradição desta forma, é novo para nós, mas é muito giro. Atrai muita gente simpática, com bom convívio e um bom almoço.”

Além dos caretos, a rosca é outro dos elementos importantes desta festa.

Honorina Silva, nascida e criada nas Arcas, tem sido a responsável pela sua confeção nos últimos quatro anos e conta que a iguaria é hoje diferente do que se fazia antigamente:

“Antigamente não era doce.

O formato era o mesmo mas só levava a massa do pão e um ovo por cima. Mais tarde é que se tornou doce.

Fui eu que as fiz todas, mais de 100.

O básico são os ovos, farinha, fermento e o ovo por cima.

O forno é a lenha e com giestas verdes.”

O objetivo é que, no futuro, a rosca das Arcas seja certificada e até já foram dados alguns passos nesse sentido, refere Nelson Peixeiro:

“Tentar criar a marca “Rosca das Arcas” que é um pão doce, para que vá além-fronteiras.

Queremos certificá-la e já demos alguns passos. O ano passado fizemos uma oficina na qual reunimos 10 raparigas que fizeram uma formação para aprender a fazer a rosca.

É um processo que está em andamento.”

Durante a pandemia, a tradição não parou. Na impossibilidade de se realizar a arrematação das roscas, a organização entregou-a em casa das pessoas, gratuitamente.

Escrito por ONDA LIVRE

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