“O facto de o PFN incluir a Terra de Miranda pode ser algo de revolucionário para o desenvolvimento deste território do interior do país o que vai permitir diminuir as assimetrias regionais e potenciar vários setores da sociedade”, vincou Helena Barril.
Este documento foi apresentado na quinta-feira na Assembleia Municipal de Miranda do Douro, no distrito de Bragança, pela Associação Vale D´Ouro, no âmbito da discussão pública do Plano Ferroviário Nacional, que decorre até 28 de fevereiro de 2023.
“Este PFN vai encurtar as distâncias entre o Porto e Miranda do Douro, sendo uma viagem que se poderá fazer numa hora e 15 minutos. Com este novo traçado, poderá até haver a possibilidade de os médicos poderem deslocar-se ao nosso concelho para realizar consultas de especialidade e regressar no próprio dia, já que a viagem dura pouco mais de uma hora”, exemplificou a autarca social-democrata.
Para além dos benefícios no setor da saúde, a autarca destaca ainda o potencial turístico que pode trazer visitantes oriundos do Porto para Miranda do Douro.
Helena Barril destacou ainda a ligação a Zamora, cidade que fica a pouco mais de 45 minutos de Miranda do Douro para Espanha e outros países europeus.
“O PFN nacional é uma mais-valia para Miranda do Douro, por se tratar de um concelho fronteiriço”, enfatizou a autarca.
Uma nova ligação por comboio em Trás-os-Montes, que ligará o Porto, Vila Real e Bragança, está incluída no PFN.
O documento, prevê a criação de uma nova linha ferroviária de passageiros que, para ser competitiva com o automóvel, terá que fazer a ligação Porto – Vila Real em menos de uma hora e Porto – Bragança em menos de duas horas.
O plano contempla ainda a reabertura total da linha do Douro, reforçando o anúncio feito pelo ministro das Infraestruturas no início de outubro, em Freixo de Espada à Cinta, com vista à reabertura dos 28 quilómetros do troço entre Pocinho e Barca d’Alva.
O PFN tem como principais objetivos “passar de 4,6% para 20% de quota modal no transporte de passageiros”, “passar de 13% para 40% de quota modal no transporte de mercadorias”, “assegurar ligação com elevada qualidade de serviço aos 28 centros urbanos de relevância regional, que incluem todas as capitais de distrito, potenciando o seu desenvolvimento”.
Ainda que não estabeleça prazos, o PNF tem um horizonte indicativo de conclusão até 2050.
A defesa da reabertura da Linha do Douro reiniciou-se em 2018 e culminou no anúncio, no início de outubro, do lançamento do concurso para o projeto de execução que conduzirá à reabertura até Barca d’Alva.
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