Emília Oliveira, coordenadora da delegação de Bragança da Cruz Vermelha Portuguesa, admite que o número de pedidos de apoio que chegam à instituição tem vindo a crescer e que neste Natal há mais gente a pedir ajuda que nos anos anteriores. "Destes últimos dois anos, este Natal está a ser o que temos mais pedidos. Há mais pedidos a nível particular e há mais pedidos de instituições. Penso que é devido à situação que estamos a atravessar, os apoios cada vez mais escassos, famílias monoparentais, enfim, criaram-se estes novos desafios".
Ainda assim, este ano, vai ser impossível apoiar tanta gente. "O nosso corpo de voluntariado está a forcar as suas energias na angariação de bens alimentares porque o nosso armazém de fundo de emergência social está a entrar em ruptura. Aceitamos tudo, a boa vontade fica ao critério das pessoas. Mas, este ano, dificilmente vamos atender aos pedidos de cabazes de Natal devido à escassez de alimentos".
À Cáritas Diocesana de Bragança-Miranda também têm chegado, por esta altura, mais pedidos de ajuda para resolver vários problemas. E não são só alimentares, confirma a directora técnica, Cristina Figueiredo. "Sim, temos recebido mais pedidos. Nesta altura do ano, o nosso forte é a ajuda alimentar mas também destacamos outra tipologia de apoio que é no vestuário, compra de medicamentos e pagamento de renda. Nesta altura toca-nos a todos e se podermos dar um miminho claro que o damos".
Em termos de alimentos, a cáritas não recebeu ajuda do Banco Alimentar Contra a Fome entre Junho e Novembro, ainda que, durante esse tempo, tenham surgido várias solicitações, muitas delas de famílias de classe média, que começam também a sofrer com a conjuntura. "Eu estou já a antever que, como a partir de Janeiro a energia vai aumentar, os pedidos de ajuda vão aumentar nessa área. Há muita pobreza escondida e envergonhada. Recebemos aqui famílias que estavam numa situação estável e deixaram de poder assumir os compromissos, mas, fruto da conjuntura, deixaram de conseguir e põe tudo em causa".
Neste Natal têm chegado mais pedidos de apoio à delegação de Bragança da Cruz Vermelha Portuguesa e a Cáritas Diocesana de Bragança-Miranda. Os pedidos de ajuda já não são só em termos alimentares ou de vestuário. Há cada vez mais pessoas a pedir apoio para pagar facturas domésticas.
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