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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 17 de fevereiro de 2024

A caminho do Trinta

Por: António Orlando dos Santos (Bombadas)
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

Subindo a ladeira que começava no Pontão em frente à oficina do Reis, ainda era um bom pedaço de caminho até ao Trinta. O Trinta era exactamente onde hoje está a Câmara de Bragança.
Tem este espaço de território muita coisa para nos contar, particularmente no que toca à vida e acção militar. Mandado construir, pelos militares no século XVII após a Restauração, fez parte de um conjunto de fortes erectos no território nacional para defesa da Independência do país recém adquirida (1640) após 60 anos de domínio espanhol.
A sua posição foi definida estrategicamente e por isso ocupava um planalto que permitia que tudo que fosse movimento de tropas inimigas estivesse sob controlo do Exército Português.
Ora é esta posição elevada e o facto de ali habitarem tantos soldados, sargentos e oficiais que criavam um ambiente de actividade contínua, que passou a utilizar a via de acesso ao Forte de S. João de Deus pela Rua que passou a ser designada por Caleja do Forte, que mais tarde passou a chamar-se oficialmente de Rua S. João de Deus e que no princípio do Século XX foi interrompida pela linha do Caminho-de-ferro que ali esteve até que por força do crescimento da população foi decidido mudá-la para o lado oposto, onde funcionou mais alguns anos até ser suprimida pelos cérebros iluminados dos Ministros da nova ordem que acharam que dava prejuízo e que não era possível mantê-la. Esqueceram-se de informar a população de que o investimento na linha férrea de Bragança até ao Tua durante o tempo que mediou de 1906 até ao seu encerramento foi quase zero.
Não tenho intenção de fazer um libelo acusatório que levasse a um estudo, para serem acusados de negligentes e de maus zeladores da Fazenda Pública os Ministros e Secretários de Estado, Engenheiros e demais servidores do Estado que, lembro-me bem, afirmavam que era inevitável encerrar a linha do comboio que ligava Bragança ao Tua e depois ao Porto, Coimbra, Lisboa etc.
A razão era clara, dava prejuízo e a ordem era, um inequívoco, encerre-se que não há gente em Terras Transmontanas que sustente o Caminho-de-ferro. Assim se salvariam as outras linhas que por força de servirem grandes populações dariam lucro. Acontece que nenhuma das outras deu até hoje um cêntimo que fosse das ganâncias referidas e continuam todas mal governadas e os senhores ministros só querem TGV,s que daí sim, virá dinheiro da U.E. que durará até que o desiderato dos novos ricos beneficie os que sempre foram os únicos que beneficiaram com a Fazenda do Estado.
As linhas de comboio em Portugal nunca deram lucro, nem nunca darão lucro porque são geridas por uma Corporação de Entidades Pardas que se apoderaram da C.P.
Bem, comecei num tema e desviei para outro, simplesmente porque me veio à memória a linha do Caminho de Ferro que passava um pouco acima da Caleja do Forte.



Bragança, 16/02/2024
A. O. dos Santos
(Bombadas)

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