Os filhos pedem que “se assumam responsabilidades e que peçam desculpa”, afirmou Vítor Ferreira, filho da vítima mortal, inconformado pela demora no socorro ao pai, quando a casa da família se localiza na mesma avenida do Hospital de Bragança, onde está sediada a VMER, a poucos mais de dois minutos. “Quando finalmente os meios de socorro chegaram a nossa casa, o meu pai já estava morto”, contou Vítor Ferreira, residente em Coimbra e que acompanhou a aflição da mãe à distância. “Alguém com responsabilidade que assuma e que peça desculpa. Se a negligencia se confirma é preciso que se tomem medidas para que não se repitam estes casos”, afirmou o filho. “Mais vale não ligar para o INEM e o melhor é pegar no carro, coisa que a minha mãe não podia fazer, pois estava sozinha, não tem carta de condução e tem problemas de mobilidade”, acrescentou.
Na passada quinta-feira os pais de Vítor encontravam-se em casa, onde viviam sozinhos. O pai sentiu-se mal e a mulher, com 84 anos, tentou pedir socorro pelo 112. “O que a minha mãe conta é que ligou para o 112, o CODU passou a chamada, mas apenas respondia uma gravação em inglês e espanhol. Não conseguia falar com ninguém. Cerca das 16h50 ligou-me a contar o que se passava. Depois eu também liguei para o 112, eram umas 16h58mas ninguém atendeu. Estive 10 minutos à espera e ninguém atendia. Em desespero telefonei para os Bombeiros de Bragança, deviam ser 17h07, a ver se podiam mandar alguém em último recurso. Eu pedi que mandassem alguém, nem que fosse num carro. Pediram-me a morada e disseram-me que às 17h07 tinha sido enviada uma ambulância”, referiu Vítor Ferreira.
A vítima tinha problemas de saúde, nomeadamente uma fibrose pulmonar e problemas do foro cardíaco. “Não sabemos se a intervenção rápida o podia ter salvado ou não. Ninguém sabe”, explica o filho.
A sua irmã, Maria da Glória, que reside Alemanha, viajou para Bragança na noite de sábado. “A nossa casa está a uns minutos do hospital e os bombeiros também não estão longe. Como pode ter acontecido uma demora destas”, indicou Maria da Glória.
Os filhos da vítima mortal esperam “que situações destas não se repitam”.
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