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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 7 de maio de 2021

... quase poema... ou da esperança

Por: Fernando Calado
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)

Vou-me acender o lume… como assim a noite adivinha-se fria… e por aqui ficarei com as minhas recordações…os meus sonhos, às vezes também com os medos… tantos…de hoje e de um tempo antiquíssimo! Mas nunca estamos sós… somos livres… e o pensamento livre nos acompanha nesta caminhada rumo a um tempo sem tempo…e então seremos o infinito nesta imortalidade assumida!

…podia ter ido até Bragança conversar com os amigos… ver o Natal do nosso desassossego… entrar numa grande superfície onde tudo é barato… numa oferta desmesurada dum capitalismo sem rosto nem alma! Podia!
O velho Soto do meu pai ruiu pela força dos anos e Invernos muitos…já não sinto o cheiro a polvo de meia cura, nem a tia Angélica vem comprar uma quarta de pimento… uma bica de tripas e um quarteirão de petróleo… mas o Soto do meu pai tinha um rosto, uma alma e os vizinhos compravam como podiam e os papéis do fiado honravam o negócio.
Por isso, fico aqui… aprende-se a viver na aldeia… a ouvir os vizinhos, a recomendar-lhe paciência e chás de virtude para as maleitas do corpo e sobretudo para as incuráveis doenças da alma!
O filho há-de vir… claro que vem pelo Natal… é tão bom filho!
Claro que vem! Num Natal qualquer em que os anjos descerão de novo à Terra, na mais fria e estrelada noite dum Dezembro qualquer!
Eu disse-te que queria fazer o Natal contigo… espero-te como a flor espera a água e o mar espera o rio! Quem espera nunca está só… tem a companhia do sonho límpido da chegada!
Pronto… vou-me acender o lume… já ouço o Torga a dizer: ““na cidade és uma ficção entre ficções, na aldeia uma criatura entre criaturas”
… espero-te pelo Natal!

Fernando Calado
nasceu em 1951, em Milhão, Bragança. É licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto e foi professor de Filosofia na Escola Secundária Abade de Baçal em Bragança. Curriculares do doutoramento na Universidade de Valladolid. Foi ainda professor na Escola Superior de Saúde de Bragança e no Instituto Jean Piaget de Macedo de Cavaleiros. Exerceu os cargos de Delegado dos Assuntos Consulares, Coordenador do Centro da Área Educativa e de Diretor do Centro de Formação Profissional do IEFP em Bragança. 
Publicou com assiduidade artigos de opinião e literários em vários Jornais. Foi diretor da revista cultural e etnográfica “Amigos de Bragança”.

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