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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 27 de maio de 2021

PR10 Termas de Tuela (Trilho no Montesinho) e Percurso pedestre PR10 Termas de Tuela

 Os amantes de caminhadas vão gostar do trilho PR10 Termas de Tuela, no Parque Natural de Montesinho, por tranquilos carreiros rurais, cortados por cursos de água transparente. Saiba mais sobre este percurso pedestre no concelho de Vinhais


Para fazer o trilho de pequena rota PR10 Termas de Tuela é preciso chegar a uma aldeia ancestral no belo Parque Natural Montesinho. Da aldeia de Dine se diz que é discreta, velhinha e esquecida, longe de tudo e de todos, onde só se chega quando a estrada se esgota.

Esta  genuína aldeia fica no concelho de Vinhais, a cerca de 30 minutos da capital de distrito, Bragança. Com pouco mais de duas dezenas de casas, umas bem antigas, outras renovadas como casas de férias, a identidade transmontana de Dine repousa nas mãos dos poucos habitantes que restam, sobretudo anciãos de respeitosas cãs.

Apesar de pequena e discreta, a aldeia guarda dois locais que valem muito a pena conhecer, atrás da igreja: os fornos de cal e a Lorga de Dine. Do conjunto de sete fornos que estiveram em laboração até a década de sessenta, foram recuperados cinco, para recordar a tradição local da aldeia, que foi em tempos uma das maiores  de cal da região.

Mas o verdadeiro tesouro da aldeia é a Lorga de Dine, uma gruta natural que se pensa ter sido utilizada como cavidade funerária no final do Neolítico e início da Idade do Ferro e Calcolítico. Aqui terão sido encontrados mais de 5500 espécimes, que representam um valioso registo desta fase final da pré-história.

Mas porque muitos dos achados resultaram de escavações clandestinas, que danificaram a própria gruta e fizeram desaparecer grande parte do património arqueológico, hoje a lorga está fechada. Para visitar o local, deve procurar a D. Judite, que vive na casa do lado esquerdo da igreja.

Percurso pedestre PR10 Termas de Tuela

O trilho PR10 VNH Termas do Tuela começa no centro da aldeia, onde o painel informativo nos diz que, ao longo deste percurso circular, é possível encontrar javalis, lontras, toupeiras de água e aves de rapina como o tartaranhão-caçador.

Se no início da caminhada ficámos um pouco apreensivos com o crescimento da vegetação e das silvas, logo o caminho se abriu em direcção à ribeira de Quintela e outros afluentes do rio Tuela. O trilho faz-se em função do vale atravessado pelo rio e das encostas da serra da Coroa, entre as aldeias de Fresulfe e de Dine.

É junto ao leito do rio Tuela, na margem esquerda, que se encontra a fonte termal que dá nome ao percurso pedestre. Resta uma pequena estrutura, com banheiras, tanques e nascentes destas águas sulfúreas aconselhadas para males da pele.

Fiquei maravilhada com este rio, um dos principais do Parque de Montesinho, que nasce na serra Sanabrea da Segundera (Espanha) e depois de 100 quilómetros se encontra com o Rabaçal, dando origem ao rio Tua. Ao longo da caminhada, oferece paisagens maravilhosas e imagino que a sua água transparente seja muito apetecível no Verão.


As águas límpidas do rio Tuela

Junto ao rio, há alguns troços um pouco mais trabalhosos para quem leva crianças pequenas, mas nada que seja inultrapassável. A rota desvia-se depois do Tuela, atravessando a estrada em direcção à aldeia de Fresulfe, por entre bosques de carvalho-negral tão característicos da paisagem da Terra Fria.

Em Fresulfe, com as suas casinhas de xisto, vai encontrar uma fonte de água fresca, potável, ideal para refrescar os aventureiros e ainda encher os cantis. Li algures que a igreja paroquial tem um retábulo barroco, que não procurámos visitar.

Dali ruma-se novamente a Dine, num mosaico agrícola muito tranquilo, por vezes pontilhado por colmeias e atravessado por estreitos canais de irrigação, que acrescentam o murmúrio das águas aos nossos passos. Mais de oito quilómetros de salutar exercício, para o corpo e alma.


Recanto da aldeia de Fresulfe.

Outros trilhos no Montesinho

O Parque Natural de Montesinho fica no nordeste montanhoso de Portugal, na chamada Terra Fria. São mais 74 mil hectares, que englobam as serras de Montesinho e da Coroa, um território protegido que se divide entre os concelhos de Bragança e de Vinhais.

Há vários percursos pedestres marcados nestas terras transmontanas, atravessadas por bosques coloridos com urzes e giestas, carvalhos e castanheiros. Mais de 150 espécies de aves nidificantes pairam no parque, onde o lobo e o veado marcam uma presença especial. Consulte as rotas disponíveis no site da Terra Fria.

Durante a nossa recente estadia na região [Visitar Vinhais, uma terra dos diabos], fizemos os três trilhos marcados pelo município de Vinhais: este PR10 Termas de Tuela, o PR9 VNH Trilho do Alto da Ciradelha (3,2 km) e o PR8 VNH Trilho da Barragem da Prada (5,9 km), ambos de pequena rota e circulares. Ao contrário do PR8 e PR9, não se consegue fazer o PR10 de bicicleta.

O concelho possui também quatro percursos de BTT marcados, com diferentes níveis de dificuldade, com início e término no Parque Biológico de Vinhais.


PR10 Termas de Tuela – ficha técnica
Acesso: N308-3 a partir de Bragança ou N103 a partir de Vinhais.
Ponto de partida e de chegada: aldeia de Dine, 41°54’40.1″N  | 6°55’41.7″W
Tipo de percurso: circular
Extensão: 8,2 km
Duração aproximada: 3 horas
Dificuldade: média. Crianças a partir dos 8/9 anos deverão conseguir fazer a rota, sem grandes problemas. O caminho está bem sinalizado, nas árvores e rochas.
Cota mínima e máxima: 650 m / 820 m

O percurso circular tem um pouco mais de oito quilómetros

Cuidados a ter no trilho: para além de cumprir o Código de conduta em áreas protegidas, do Instituto de Conservação da Natureza, aconselha-se a evitar o trilho em dia muito chuvosos, de trovoada ou nevoeiro. Aconselha-se a ir acompanhado ou, não sendo possível, informar alguém conhecido ou uma entidade local acerca da sua partida e do regresso. 

Sendo este um habitat da víbora, caso seja mordido, o que só acontecerá se o animal for directamente incomodado, deve manter a calma e evitar movimentações desnecessárias. Contacte o Centro de Informação Antivenenos 808 250 250 e dirija-se ao hospital mais próximo, logo que possível.

PUBLICAÇÃO ORIGINAL AQUI.

Ruthia Portelinha

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