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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 22 de maio de 2021

O que queremos ver em flor: Fel-da-terra, hipericão, sabugueiro, papoilas

 Na semana do Dia Internacional do Fascínio das Plantas, que se comemora a 18 de Maio, a Wilder desvenda-lhe as espécies que especialistas no mundo botânico desejam observar. Saiba também o que os fascina e que medidas gostariam de ver aplicadas em Portugal.

Sabugueiro (Sambucus nigra). Foto: Fernanda Botelho
Fel-da-terra (Centarium erythrea). Foto: Fernanda Botelho

Fernanda Botelho é especialista e autora de livros para adultos e crianças sobre as plantas silvestres e os seus usos terapêuticos e culinários.

Wilder: Que planta ou plantas gosta de ver a florir no mês de Maio em Portugal? 

Fernanda Botelho: Gosto de todas mas talvez estas sejam as que me saltam mais à vista: hipericão, fel-da-terra e sabugueiro, papoilas…

W: Porquê?

Hipericão (Hypericum perforatum). Foto: Fernanda Botelho

Fernanda Botelho
: Porque são muito vistosas, comuns e cheias de propriedades medicinais. Chamam-nos da berma da estrada onde não devemos colhê-las para consumo, quer seja para usos terapêuticos ou culinários – como é o caso da flor de sabugueiro (Sambucus nigra) que que se encontra em zonas húmidas junto a linhas de água e com a qual  se confecionam deliciosas bebidas aromáticas.

Com o hipericão Hypericum perforatum faço uma  maceração  em azeite que rapidamente absorve os pigmentos vermelhos da planta e depois vou usando ao longo do ano em feridas e queimaduras e sobretudo em dores ciáticas. Não conheço nada mais eficaz dentro dos remédios naturais.

O fel-da-terra (Centarium erythrea), como diz o nome, é uma das plantas mais amargas que temos em Portugal, para além da genciana, e é usado para tratar problemas de fígado e diabetes tipo 2. As papoilas porque são papoilas e alegram qualquer paisagem e toda a gente as adora exceto os técnicos de limpeza das juntas de freguesia.

W: O que é que considera mais fascinante nas plantas? 

Tudo. As cores, as texturas, as inteligentes estratégias de sobrevivência e adaptabilidade, a forma como desenvolveram mecanismos de comunicação com os seus polinizadores.

W: No que respeita à flora portuguesa, que medidas são hoje mais prioritárias?

Papoila-brava (Papaver rhoeas). Foto: George Chernilevsky / WikiCommons

Modificar a forma como se pratica agricultura convencional e intensiva, com recurso a muitos pesticidas e herbicidas que vão destruindo uma enorme quantidade de flora autóctone, ameaçando muitas vezes espécies em vias de extinção. Educar a população para a aceitação, valorização e reconhecimento da flora espontânea no campo e na cidade. Apoiarmos associações de defesa do ambiente e tornarmo-nos cidadãos ativos informados e intervenientes.

Fernanda Botelho

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