- Proibi a todos os meus vassalos, disse-lhe ele, que contribuíssem fosse com o que fosse para a edificação desta igreja; vejo que não cumpriste as minhas ordens.
- Senhor, respondeu a velhinha toda trêmula, eu respeitei as vossas ordens, apesar da mágoa que sentia por não poder oferecer o meu pequenino óbolo em honra da Virgem; mas julguei não desobedecer a vossa majestade, deixando por vezes de jantar para comprar um pouco de feno, que eu levava às escondidas aos bois que conduziam as pedras destinadas à construção da igreja.
- O teu nome é mais digno do que o meu de figurar em letras de ouro na inscrição do monumento, disse-lha o rei.
Mas na noite seguinte uma mão invisível restabeleceu na lapide da igreja o nome do rei, que desde então lá se conserva ainda.
Guerra Junqueiro: "Contos para a Infância", Publicado originalmente em 1877.
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