A CIM anunciou, na quarta-feira, a decisão de não autorizar a realização de eventos até 30 de setembro, nomeadamente as tradicionais festas de verão e religiosas, nos nove concelhos que representa, concretamente Alfândega da Fé, Bragança, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Vila Flor, Vimioso e Vinhais.
A APSTE considerou hoje que “este tipo de decisões, sem fundamento, hipoteca a retoma de setores essenciais para a economia nacional e coloca em risco centenas de empresas e milhares de postos de trabalho”.
A associação questiona esta tomada de posição, que classifica “sem sentido”, e lembra que “estão atualmente a ser desenvolvidos testes-piloto em todo o país, com regras muito apertadas, exatamente para se perceber a viabilidade futura de setores como a cultura, os ventos e, consequentemente, o próprio turismo”.
Para o presidente da associação, Pedro Magalhães, “algumas figuras do poder local parecem mais preocupadas em manter esta postura umbiguista que poderá custar milhares de postos de trabalho”, enquanto a nível nacional se tenta retomar as atividades.
O dirigente lembra, citado num comunicado divulgado pela APSTE, que “as autoridades centrais, em conjunto com outros protagonistas da cultura e dos eventos em Portugal, estão bastante empenhados em tentar garantir a retoma de setores altamente afetados pelo surgimento da covid-19”.
“Há regras, há eventos a acontecer, por isso esta decisão (da CIM Terras de Trás-os-Montes) não tem qualquer fundamento”, considera.
O dirigente refere ainda o papel das Câmaras Municipais na dinâmica do setor, apontando que, em 2018, os municípios de todo o país “investiram 469,8 milhões de euros em atividades culturais e criativas”.
“Não é difícil concluir que as autarquias são um dos motores principais destas atividades. Se todos os municípios adotarem este tipo de tomadas de posição, o que será das economias regionais que estão tão dependentes do turismo, tão ligado aos eventos, durante os próximos meses e depois de um ano tão duro?”, questiona.
O presidente da APSTE defende que “o Governo tem de intervir de alguma forma, apelando ao bom senso dos 308 autarcas nacionais, sobretudo porque atualmente não há motivos que justifiquem decisões tão intransigentes que serão altamente penalizadoras”.
Esta associação foi fundada em junho de 2020, no seguimento da criação do Movimento Cancelado e das consequências das restrições impostas para a contenção da pandemia covid-19 neste setor.
Apesar da evolução favorável dos números da pandemia na região, o conselho intermunicipal da CIM Terras de Trás-os-Montes deliberou, por unanimidade, não autorizar a realização de eventos, atividades ou manifestações de qualquer ordem em espaços abertos, espaços e vias públicas ou espaços e vias privadas equiparadas a vias públicas até 30 de setembro.
A medida abrange “desfiles e festas populares ou manifestações folclóricas ou outras de qualquer natureza, não passíveis de controlo”.
A CIM Terras de Trás-os-Montes abrange nove dos 12 concelhos do distrito de Bragança.
O distrito todo somava um total de 46 ativos de infeção pelo novo coronavírus, no boletim das autoridades de saúde divulgado na quarta-feira.
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