sábado, 29 de maio de 2021

HORAS PERDIDAS

Por: Maria da Conceição Marques
(colaboradora do "Memórias...e outras coisas...")

Nas horas cansadas e perdidas, quando o sol se esconde, quando a lua chora e as estrelas deixam de brilhar. 
Quando o vento, guarda silêncio em lençóis de veludo.
Quando as águas ficam estagnadas nos juncos.
Quando o céu escurece e a distância aumenta. 
Numa dissecação interior, necessito vomitar o orgulho, engolir modéstia e humildade, para amaciar as horas perdidas e encontrar a paz!
Devagarinho, entro no mar da vida, num barquinho de esperança e fico á espera da maré vaza, que me traga dias melhores, búzios cheios de alegria, conchas com perolas de paz.  
Adentro-me na água estagnada.
Uma gaivota olha a barcaça e sorri. 
Pergunto-lhe se viu a felicidade
Ela responde. Não sei onde anda. 
Hoje, ainda não a vi.

Maria da Conceição Marques
, natural e residente em Bragança.
Desde cedo comecei a escrever, mas o lugar de esposa e mãe ocupou a minha vida.
Os meus manuscritos ao longo de muitos anos, foram-se perdendo no tempo, entre várias circunstâncias da vida e algumas mudanças de habitação.

Sem comentários:

Enviar um comentário