“Temos em carteira muitos milhões de euros de investimento no nosso concelho”, afirmou o autarca numa sessão sobre desenvolvimento e valorização do interior, em Bragança.
Hernâni Dias disse que há um projeto sobre o qual ainda não pode falar relacionado com o setor turístico, outro ligado ao setor automóvel e um terceiro à exploração de água, com investimentos entre os oito e os 12 milhões de euros.
O autarca social-democrata já tinha anunciado, enquanto recandidato nas eleições autárquicas de 2017, que tinha um pacote de investimentos superior a 50 milhões de euros de novas empresas que pretendiam instalar-se na cidade.
Deste pacote fazia parte o projeto hoje mencionado relacionado com a exploração de água que, segundo disse, não ainda não se concretizou devido à pandemia da covid-19.
“O consumo de água faz-se muito ao nível da hotelaria, restauração, grandes festivais, dos grandes eventos de verão e, infelizmente, estamos, pelo segundo ano consecutivo, a viver períodos em que isso não é possível ser concretizado e os empresários também acabam por ficar de alguma forma retraídos nos investimentos que pretendem fazer”, justificou.
As intenções de investimentos em Bragança são encaradas pelo presidente da Câmara como resultado das “infraestruturas que têm vindo a ser criadas em determinadas áreas” e com as condições criadas para atração de investimento.
Hernâni Dias apontou o exemplo da derrama, que o município de Bragança não cobra às empresas, um imposto municipal que pode ir até 1,5% do lucro da empresa.
Os investidores têm ainda outros benefícios como a redução do preço dos terrenos até 75% na nova zona industrial da cidade.
Dos sete lotes que o município vendeu, só dois estão a ser construídos, confirmou o presidente que indicou que vai ser lançada nova hasta pública para venda de mais lotes.
O autarca ambiciona também avançar com a segunda fase do Brigantia Ecopark para ampliação do parque tecnológico de Bragança que alberga 52 empresas com 260 trabalhadores, uma taxa de ocupação “superior a 84%”, segundo disse.
O anúncio de novos investimentos surge numa altura em que a maior empresa de Bragança, da multinacional francesa Faurecia, que se dedica à construção de componentes para automóveis, tem em curso um processo de negociação de mútuos acordos para dispensa de alguns dos mais de mil trabalhadores, para adaptar os recursos humanos à queda das encomendas.
A deputada do PSD por Bragança, Isabel Lopes, divulgou hoje que questionou, na Assembleia da República, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social sobre eventuais medidas extraordinárias que o Governo para evitar despedimentos destes trabalhadores, “fruto da crise económica e social, provocada pela covid-19”.
Sem comentários:
Enviar um comentário