O castro de Vilarinho dos Galegos, em Mogadouro, datado da Idade do Ferro, vai receber no final de setembro obras de consolidação e arranjo da área envolvente no valor de 340 mil euros, indicou hoje o presidente da câmara.
"Nesta 2.ª fase da intervenção arqueológica, prevista para finais de setembro [ou] inícios de outubro, será feita a consolidação da fortificação, criado um circuito interno de visitação, que será dotado de sinalética interativa e de um miradouro e que tem por objetivo dar a conhecer o modo de vida das populações que ocuparam a fortificação desde há 2.500 anos", concretizou Francisco Guimarães.
Numa primeira fase de intervenção na fortificação - também conhecida por Castelo dos Mouros - foram realizadas escavações arqueológicas e consolidação de um pano de muralhas varadas a sul que suporta esta fortificação castreja, que fica sobranceira ao Douro Intencional e cujos trabalhos tiveram o seu início em 2011.
"Um dos grandes objetivos desta intervenção é tornar este castro da Idade do Ferro visitável para os turistas que se deslocam ao território do Douro Internacional e assim ter mais um atrativo histórico e cultural", vincou o autarca.
Destes 340 mil euros, financiados a 85% Programa Operacional Norte, 50 mil euros estão destinados à componente interativa para a criação e conceção de painéis e aplicações para telemóveis e ‘tablets’, um trabalho que será desenvolvido pelo Instituto Politécnico de Bragança (IPB) e Universidade do Minho (UM).
"Este espaço está na confluência das grandes rotas pedestres do Douro Internacional, como é o caso da GR-36, que está a ser bastante procurada no período pós-confinamento", frisou Francisco Guimarães.
A fortificação tinha como objetivo defender uma comunidade rural que existiu junto a Vilarinho dos Galegos, no distrito de Bragança.
O autarca de Mogadouro destaca que o Castelo dos Mouros de Vilarinhos dos Galegos está classificado como Imóvel de Interesse Municipal, estando em curso a sua classificação como Imóvel de Interesse Público.
"O sistema defensivo é de difícil acesso. É composto por um campo de pedras fincadas, fosso escavado na rocha e um enorme conjunto de muralhas, com seis metros de altura e outros tantos de largura, o que constituía um obstáculo para quem pretendesse atacar o povoado vindo do rio Douro", concluíram os investigadores da UM, após os trabalho da 1.º fase, onde foram investidos 150 mil euros para colocar a descoberto a estrutura defensiva.
Para o arqueólogo Emanuel Campos, nesta 2.ª fase que vai começar "a breve prazo" é importante criar "condições de segurança" para que os visitantes possam usufruir deste espaço encravado nas Arribas do Douro "sem andar por cima das estruturas arqueológicas".
"Todo o espaço será dotado de painéis explicativos para melhor se compreender como era o dia neste espaço fortificado, desde o campo de pedras fincadas passando pelos torreões e outras estruturas deste bastião", enfatizou.
Por seu lado, o presidente da União de Freguesias de Vilarinho dos Galegos e Ventozelo, Manuel Garcia, não tem dúvidas que a recuperação do castro será uma mais-valia para a aldeia já que são muitos os turistas que por ali passam.
"Mesmo sem as condições ideais de circulação, são muitas pessoais que se deslocam a este lugar, principalmente nesta altura em que procuram espaços ao ar livre".
A ocupação da área do castro do Castelo dos Mouros e de toda a área envolvente está cronologicamente situada entre a Idade do Ferro e o século XX.
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