Este ano, por causa da pandemia, o dia 15 de Agosto, conhecido pelas diversas romarias, foi diferente do habitual.
Em Vilas Boas, no concelho de Vila Flor, caso estivéssemos a atravessar um ano dito normal, no sábado ter-se-iam ali juntado cerca de 30 mil pessoas para celebrar a padroeira daquela localidade: N.ª Sr.ª da Assunção. Este ano, por causa da pandemia, apenas se puderam cumprir as cerimónias religiosas, acautelando-se as devidas precauções. Abílio Evaristo, da comissão fabriqueira do santuário, sublinha que foi com tristeza que a festa não se realizou normalmente e espera que no próximo ano se possa voltar à realidade.
“Estamos a falar de 180 feirantes distribuídos pelas várias áreas. É evidente que do ponto de vista económico é um problema muito sério”.
Em Alimonde, no concelho de Bragança, no sábado também teria sido dia de festa. Ali, no dia 15 de Agosto celebra-se a N.ª Sr.ª de Fátima, mas, este ano, por força das circunstâncias, apenas se pôde realizar, pela manhã, a Eucaristia religiosa e uma pequena procissão, onde as pessoas se mantiveram distantes. Além da festa propriamente dita, também não se realizaram os habituais jogos tradicionais e o torneio de sueca, que deixavam uma grande margem de lucro para o ano seguinte. Paulo Trigo, da comissão de festas, confirma que vários emigrantes voltavam à terra por causa da celebração.
“É triste não se poder fazer, porque é tradição da aldeia com os jogos tradicionais e a própria festa dava muito dinheiro, falamos de 4 a 5 mil euros”.
Em Bagueixe, no concelho de Macedo de Cavaleiros, este fim-de-semana também teria sido de festa. Ontem celebrou-se o São Roque e hoje o São Paio. À semelhança do que aconteceu nas outras aldeias, naquela localidade também não houve grandes festejos ontem nem hoje. Ali apenas se cumpriu a parte religiosa da festa. Jorge Asseiro, presidente da união de freguesias de Talhinhas e Bagueixe, explica que, ainda assim, vários emigrantes foram passar férias àquelas aldeias por causa da festa.
“É um sentimento de profunda tristeza, porque as pessoas são muito devotas destes santos principalmente os nossos emigrantes”.
A determinação de se proibir a normal celebração deste género de festas e romarias, assim como a realização de feiras temáticas e festivais, surgiu no final do mês de Março, em toda a região.
Escrito por Brigantia
Foto: Município de Bragança
Jornalista: Carina Alves
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