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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 18 de agosto de 2020

Falta de acessibilidades e de secundária em Vimioso apontadas como causas da quebra demográfica por ex-autarcas

A falta de acessibilidades e de ensino secundário no concelho de Vimioso são problemas antigos.
Segundo os ex-autarcas daquele município estes são alguns dos motivos que têm contribuído para a diminuição da população no concelho. Ainda está por construir a estrada entre a vila e a capital do distrito, Bragança, que há décadas se reivindica. Quando Joaquim Marrão entrou para a câmara, em 1976, as estradas nas aldeias foram melhoradas, mas falta a mais importante.

“Já era uma das reivindicações junto do poder central haver ligação. Recordo-me de receber Francisco Sá Carneiro ao limite do concelho, junto do rio Sabor, já havia estrada mas não havia ponte”, relembra.

Anos depois, no mandato de José Miranda, entre 1989 e 2001, um secretário de Estado da tutela anunciou que iria ser lançada a estrada, que ligaria Vimioso a Outeiro. Mas o impacto ambiental da empreitada impediu que o projecto avançasse, conta o presidente da altura. “Essa estrada serviria também os concelhos como Mogadouro, Freixo de Espada à Cinta e Miranda do Douro. Batalhou-se muito, trabalhou-se muito, fez-se um protocolo com essas quatro câmaras, com a junta autónoma de estradas e com o secretário de Estado da tutela. Estava o ante-projecto da estrada feito, mas entretanto eu saí da câmara, em 2002, e perdi o rasto da situação”, contou. Mais tarde soube que a estrada não chegou a ser feita, porque punha em perigo a espécie rato-de-cabrera. “O que aconteceu é que alguém não quis que estrada fosse pelo trajecto que estava definido”, apontou, defendendo que esta via iria ser “mais uma motivação” para as pessoas ficarem no concelho.

A educação é outro dos problemas no concelho. Quando Joaquim Marrão foi presidente da câmara eram poucos os concelhos que tinham escola secundária. Hoje, quarenta anos depois, Vimioso continua sem ter ensino secundário. Para Luís Mina, autarca entre 1982 e 1989, relembra que quando foi professor em Argozelo havia 40 alunos para cada professor.

“Se não há alunos como quer que haja lá escolas? Agora há meia dúzia de alunos que são transportados para Vimioso, a falta é de alunos”, sublinha.

A falta de emprego também é apontada como um dos factores que contribui para a desertificação humana. A oferta de emprego em Vimioso é na actividade agrícola e pecuária. Actualmente são poucos os que se dedicam a esta actividade. Segundo José Rodrigues, penúltimo autarca, as burocracias para emparcelamento de terrenos são um entrave para a agricultura no concelho.

“Por uma questão de exemplo, tentei conduzir a câmara a fazer o emparcelamento. Não imagina o trabalho que se tem tido. As pessoas não vêem às vezes o que nos podia trazer de benéfico, porque também o próprio governo não ajuda a que se faça a junção dos terrenos”, sustenta.

Segundo dados da PORDATA, em 9 anos o concelho de Vimioso perdeu 691 habitantes. Perante os dados, o actual presidente da câmara, Jorge Fidalgo, salientou que a perda de população se vai manter se algumas políticas, que dependem do Governo, não forem repensadas.

Escrito por Brigantia.
Jornalista: Ângela Pais

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