Já foram também marcadas reuniões para Setembro, entre os governantes e as associações daquela região, que criaram o manifesto. José Maria, um dos fundadores, diz que o objectivo é terminar com a “injustiça” das receitas geradas pela venda das barragens de Miranda, Bemposta e Picote não ficarem na região, como está acontecer. “Calculamos que produzem, por ano, em média, cerca de 200 milhões de euros de energia eléctrica. A esses valores temos que adicionar mais cerca de cem milhões de euros de receitas fiscais. Em termos de receita privada, praticamente nada é investido no território. Os impostos não beneficiam os municípios de Miranda do Douro e de Mogadouro mas sim o de Lisboa”.
Já no que toca aos custos da exploração das barragens, José Maria refere que ficam todos nas terras de Miranda. Assim como a falta de emprego. “Quem paga esta injustiça são os jovens da terra de Miranda porque como não há emprego têm que emigrar”.
José Maria sublinhou ainda que, a nível cultural, as regiões de Miranda do Douro e Mogadouro são das mais ricas do país mas das mais pobres relativamente às receitas que aqui ficam.
O Manifesto Cultural das Terras de Miranda reivindica que as receitas da venda das barragens do Douro Internacional, a tributação dos lucros anuais das barragens e o IVA da venda da energia sejam aplicados no território. Estima-se que estas três barragens produzam 30% da energia em Portugal e gerem 300 mil euros por ano.
Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais
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