sábado, 9 de janeiro de 2021

PARA O PADRE, NEM UM TOSTÃO

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")
 
Escutei esta frase, de católica “ fervorosa”, referindo-se ao sacerdote da sua paróquia. Como lhe dissesse, que é dever do crente contribuir, consoante suas posses, para a manutenção do templo, replicou:
- “A Igreja é rica! Veja: o Vaticano e alguns santuários! …”
A mesma senhora, noutra ocasião, defendeu a tese do casamento de sacerdotes. Argumentou, que o padre, a exemplo do pastor, deveria – se o desejasse, – contrair matrimónio.
Não sou contra padres casados, até concordo, pois a esposa poderia auxiliá-lo, aconselhando os jovens, e na catequese de crianças; mas receio, que nem todas seriam dignas de serem mulher de sacerdote, e os filhos – com seu comportamento, – poderiam ainda causar escândalo.
Mas, o problema mais grave – a meu ver, – é que os paroquianos teriam de arcar com a despesa da família…A côngrua, quando há, suportaria o encargo?
Claro, em paróquias, em que todos ou quase todos, pagam o dízimo, seria viável. (Os que pregam o evangelho, devem viver dele) – ICor: 9,14
Quando passei férias no interior, frequentei a Igreja, onde o pároco, na prática insistia na obrigação de pagar, anualmente, a côngrua, para manter o templo – a casa de Deus, – com dignidade.
Conheci, nessa ocasião, o médico da povoação, que me contou não frequentar a paróquia, porque o padre andava, sempre a falar da côngrua. No seu parecer, a diocese deveria arcar com a manutenção…
Alguns problemas – penso eu, – resolver-se-iam com o diaconato.
Tenho amigo, que sempre me rebate, quando falo de diáconos. Diz-me que não é o mesma coisa, que padre.
Eu sei que não é; mas na ausência deste, é melhor do que nada.
Há décadas que defendo a vantagem da Igreja fomentar o diaconato.
Há reformados católicos, de elevado grau cultural e académico, que deveriam ser aproveitados. Os idosos poderiam – e bem, – servir a Igreja, gratuitamente, ou quase, já que possuem pensões, que lhes permitiriam sobreviver sem sobrecarregar o orçamento da paróquia.
Se o assunto fosse ventilado, nas homilias e imprensa católica, por certo, sugeriam candidatos – verdadeiros discípulos de Cristo, – para servir a Igreja.
Antigamente, falou-se muito na vantagem de existir: Bilhete de Identidade Católico, com os sacramentos recebidos, passado pela diocese, e anotado pelos párocos.
Seria prático e útil.
Queria ainda abordar, o problema de sacerdotisas, mas será matéria para outra crónica.
Acredito, que há muitas pretendentes, apenas por vaidade; mas mulheres, como a Irmã Teresa de Calcutá, ou a Irmã Faustina, seriam ótimas sacerdotisas.

Humberto Pinho da Silva
nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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