Por: Maria da Conceição Marques
(colaboradora do "Memórias...e outras coisas...")
No silêncio dos montes,
flocos, esvoaçam
Salpicam de alvura, as pedras caladas,
tímidas e inseguras,
fortes e rudes,
frias e nuas,
de neve pintadas!
As pedras sem alma,
As paredes caiadas!
No branco do dia,
No frio da noite,
rompe o silêncio,
Num grito gelado.
O cheiro a neve,
cai de mansinho,
No aconchego do lume,
No colo da mãe,
No olhar do menino.
O inverno tão breve,
Um luar tão intenso
Cobre a cidade,
De um frio que racha
Um peito coberto
De amor tão intenso.
De trás destes montes,
Há gente que sofre
Há gente que vive,
Há gente que morre,
por dentro da gente,
de frio e solidão
Há gente,
De fel e de mel
Que chora e que sente
O gelo que corta
Que rasga e que morde
A alma e a pele.
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