sexta-feira, 19 de março de 2021

O banquete dos corvos: 18 indivíduos alimentam-se num CAAN

 Outrora mais comum, o corvo é atualmente relativamente escasso na maior parte do território português e, apesar de ter uma distribuição ampla, ocorre geralmente em densidades muito baixas, raramente se vendo mais de dois ou três indivíduos juntos.

Corvos a alimentarem-se num CAAN. Fotografia Palombar.

Nesta imagem de câmara de fotoarmadilhagem, há 18 corvos (Corvus corax), uma espécie com estatuto "Quase Ameaçada" em Portugal, a alimentarem-se num Campo de Alimentação para Aves Necrófagas (CAAN) gerido pela Palombar - Conservação da Natureza e do Património Rural em Coelhoso (no distrito Bragança), no âmbito do Grupo Nordeste, no passado dia 27 de fevereiro.

É raro observar tantos corvos juntos. Contudo, os corvos, principalmente os juvenis e os subadultos, durante o inverno, poderão ter um comportamento mais gregário e formar grupos de maiores dimensões em eventos de alimentação.

Os CAAN são ferramentas fundamentais para a conservação de espécies estritamente ou parcialmente necrófagas, assegurando uma maior disponibilidade de alimento para estas, sobretudo durante a sua época de reprodução, quando os requisitos nutricionais são mais exigentes, quer para os progenitores, quer para as crias. Os corvos alimentam-se sobretudo das partes moles das carcaças de animais e normalmente os corvídeos são os primeiros a detetarem um animal morto no meio natural, tornando-se também um ponto de referência para outras espécies necrófagas localizarem carcaças.

Os CAAN geridos pela Palombar têm como foco sobretudo a conservação de espécies como o britango (Neophron percnopterus) e o abutre-preto (Aegypius monachus), contudo outras aves necrófagas também são beneficiadas por essas estruturas, como é o caso do corvo. 

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