Nesta altura é a fase crítica em que a geada pode queimar a pequena amêndoa que está a nascer.
“Apesar de ter havido uma floração muito boa, estamos atravessar um período bastante crítico, porque se vierem temperaturas muito baixas, queima o fruto que tem ainda os tecidos muito tenros”, explicou o responsável da Cooperativa de Agrícola de Alfândega da Fé, Mário Lopes.
Rui Tranchete, da Amêndoacoop, em Torre de Moncorvo, estima que este ano a produção pode ser afectada pelas condições climáticas, como aconteceu o ano passado naquela região.
“Estimo que haja uma quebra, devido às condições climáticas, não devido às chuvas, mas à geada. O ano passado foi dos piores anos de produção”, referiu.
Nos últimos três anos, o preço da amêndoa tradicional tem vindo a cair. Segundo o responsável pela cooperativa de Alfádega, neste momento, a amêndoa convencional com casca ronda 1,20 euros, muito abaixo do que seria ideal. Mário Lopes considera que a descida de preço estará relacionada com o aumento da oferta.
“O preço não foi assim tão agradável. A produção da amêndoa está a crescer bastante no mundo e o ritmo de consumo não está acompanhar de igual forma a produção e os preços têm estado a cair”.
Já para o responsável da Cooperativa dos Lavradores do Centro e Norte, Armando Pacheco, em Mogadouro, o grande problema está na “cadeia de valores”.
“O valor que é pago a um produtor e o valor que é pago pelo consumidor final, esta diferença é muito grande. Toda a parte, desde o produtor até ao consumidor fica com muito, muito, muito dinheiro. O produtor deveria ficar com a maior parte deste dinheiro e fica com a menor parte”, afirmou.
A pandemia está também a dificultar o escoamento da amêndoa diz Rui Tranchete, da Amêndoacoop.
Questionadas sobre a venda da amêndoa, as três cooperativas disseram que a maioria fica em Portugal.
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