Por: Maria da Conceição Marques
(colaboradora do "Memórias...e outras coisas...")
Em golpes de asa, silenciosos
Regressam a casa.
Aos beirais de onde partiram
Na brisa das madrugadas,
Regressam, negras e cansadas
Aos ninhos que abandonaram.
Às casas que construíram!
Com varandas para o mundo
Janelas no horizonte,
Nas telhas meias quebradas!
Das primaveras, chegadas.
Estradas de céu, esvoaçando,
Negro e azul, aniladas
Cheias de luar intenso!
Sempre no beiral do telhado
Sempre no grito do silêncio
Carregam nas asas as penas
Penas negras, negras, penas.
Cortando o sol e o vento
Deixando o negro das penas
Num canto do desalento.
Chegadas ao seu destino…
Fazem o acasalamento
Na primavera a chegar
Constrói com o seu carinho
O ninho onde vão morar
Um lar bem pequenino.
Onde os filhos vão criar.
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