E assim nasceu o guitarro, feito a partir de latas de óleo.
Paulo Meirinhos procurou criar um instrumento que trouxesse mais harmonia à banda mirandesa. E assim surge esta espécie de guitarra, com um toque dito vintage. Os guitarros que lhe saem das mãos são feitos a partir de latas antigas de óleo de carros, sendo que algumas marcas já nem estão no mercado.
Dada a particularidade do instrumento, o músico tem recebido algumas encomendas e o guitarro está a transformar-se num verdadeiro sucesso.
“Já fiz cerca de uma dúzia e tenho algumas encomendas. Quem as encomenda são músicos profissionais, há um ou outro que acha interessante esta ideia porque visualmente são muito interessantes”, disse.
O guitarro não é, propriamente, uma inovação nunca antes vista, já que existe noutros continentes. Ainda assim, por Terras de Miranda tem um toque diferente.
“Além de captar o próprio som da lata coloquei-lhe outras captações próprias de guitarras eléctricas e também de guitarras semi-acústicas”, acrescentou.
Além do guitarro, Paulo Meirinhos já construiu outros instrumentos, que nasceram, sobretudo, das necessidades de Galandum Galundaina. Uma paixão que tem desde bastante novo.
O guitarro teve por base as construções do Tiu Lérias de Paradela. Os guitarros deste mirandês, de seu nome Francisco dos Reis Domingues, eram feitos a partir de latas de café, que muitas vezes tinham paus a servir de braço.
O Tiu Lérias, que em 1972 chegou a ser condecorado por Américo Tomás, àquela época Presidente da República, morreu em 1993, mas, certamente, hoje estaria orgulhoso do trabalho de Paulo Meirinhos.
Paulo Meirinhos é também professor de música e já fez uma dúzia de guitarros, tanto para músicos como para amantes do antigo e do que faz lembrar os tempos já idos. A banda está parada, por causa da pandemia, mas, se tudo isto não fosse, previa ter gravado um disco em que o guitarro já se ouvisse.
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