Uma queda no negócio que se deve ainda ao cancelamento de festas e romarias, onde o leitão é presença assídua na mesa dos portugueses.
A afirmação é de Carla Alves, Diretora Regional de Agricultura e Pescas do Norte:
“Não tem sido fácil, mesmo com alguns apoios. Das raças autóctones, penso que o leitão tem sido muito afetado. Na minha opinião tem a ver com a falta de consumo. Baixou drasticamente, mesmo com os canais de distribuição online.
Associamos muito o consumo dessa carne às épocas festivas, e o facto de não se reunir tanto a família e não haver festas fez com que a situação e o escoamento se tenha agravado.”
Da mesma opinião partilha Sandra Fernandes. Tem uma exploração de suínos nos concelhos de Alfândega da Fé e Macedo de Cavaleiros e conta como tem adaptado o negócio à pandemia:
“No início da pandemia penso que ainda foi pior. Cheguei a vender leitões a 25€ porque era a única maneira de os tirar de casa. Foi muito difícil, e vender a esse valor é mesmo para os tirar de casa. Depois tentei adaptar-me mais um pouco e deixei algumas fêmeas para criar, levava ao matadouro e vendia aos conhecidos.
Por isso penso que, no início, ainda foi pior porque ninguém estava preparado. Os restaurantes estavam fechados completamente, agora pelo menos há o take away, que vai dando para vender alguma coisa.”
Apesar dos vários problemas que têm assolado os criadores de animais, Carla Alves considera que tem sido feita uma reinvenção exemplar na hora de escoar os produtos:
“Se não é abatido nem consumido, deixa de ser leitão. Tivemos alguns apoios à armazenagem mas tudo isto tem sido difícil. Ainda assim, conseguiu-se que muitas raças tenham canais de exportação de muitas superfícies. Penso que se abriram outras portas e outros mercados que, há um ano atrás, não existiam.”
Várias autarquias têm transferido para o online a venda de produtos típicos. Um plano B que tem ajudado os produtores a ganharem algum fôlego, e que tem demonstrado bastante sucesso.
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