Macedo de Cavaleiros parece ter sido opção para instalar novos espaços e há vários exemplos de jovens que se instalaram no concelho e deram asas à coragem.
É o caso de António Cordeiro, que abriu a sua barbearia há menos de um mês. Há oito anos que trabalha no ramo e achou que estava na hora de abrir por conta própria:
“Proporcionou-se abrir o meu próprio espaço, independentemente de ser um tempo de pandemia, não hesitei. É natural que se pense que o futuro será mais complicado, mas se tivermos à espera do momento ideal, pensa que acaba por nunca aparecer. Temos de ser persistentes e ter força de vontade para fazer as coisas acontecer.”
Um negócio que tem tido boa recetividade, conta:
“O cabelo está sempre a crescer, por isso penso que este setor é necessário. Obviamente que as pessoas têm medo e acabam por pensar se realmente devem ir ou não, ficam reticentes. No entanto, acho que depois de experimentarem toda a gente se sente segura.
Para já, tudo tem corrido bastante bem e tenho tido boa recetividade das pessoas, que estavam à espera que eu tivesse o meu próprio espaço.”
A mesma linha de pensamento seguiu Bruno Leite. Desde sempre trabalhou em restauração e bar e a paixão que tem pelo setor motivou-o, juntamento com a esposa, a abrir um restaurante:
“A paixão que tenho por isto sempre me impeliu a trabalhar por conta própria. Foi no ramo que encontrei também a minha esposa. Ela é cozinheira há cerca de 14 anos. É verdade que somos relativamente jovens, mas o que é certo é que já trabalho na área há bastante tempo. Mesmo com a situação complicada devido à pandemia, surgiu a oportunidade de nos lançarmos e não pensámos duas vezes. Posso dizer que a nossa expetativa foi superada.”
O restaurante serve pratos típicos da gastronomia portuguesa e, embora tenha capacidade para 70 lugares sentados, atualmente está limitado a metade dentro da sala, mas pode ainda receber 20 pessoas na esplanada.
Devido ao aumento da procura, e à proporção que o serviço de take-away tomou, Bruno Leite conta que já tiveram de recorrer à ajuda de uma funcionária:
“Inicialmente, éramos apenas nós dois. Agora, temos uma pessoa a meio tempo, porque houve um aumento da procura. Já não conseguíamos trabalhar apenas nós dois.”
Com vontade de dinamizar e inovar na sua terra natal, surgiu a ideia de Luís Lino e da namorada. Regressou a Macedo de Cavaleiros, depois de sair para a zona de Coimbra em busca de melhores oportunidades, para abrir uma Frutaria. Junto com o espaço físico tem disponível as entregas ao domicílio, e não esconde a satisfação de ter conseguido realizar o seu sonho:
“Queríamos oferecer mais variedade de produtos, e segundo a nossa ideia, em termos de pandemia é ainda mais importante criar dinâmicas e oportunidades. Falo, por exemplo, do nosso serviço de entregas ao domicílio que está a ser explorado, de forma a garantir a máxima segurança às pessoas sem elas saírem de casa.
Claro que sentimos receio, mas este era projeto pensado há algum tempo. Sabíamos que podíamos não ter o sucesso pretendido, mas sem dúvida que, até à data, temos tido imensa adesão.”
O jovem empreendedor sublinha ainda que não encontrou entraves nas questões burocráticas, referindo que é importante que se invista no Interior:
“Acho que todos os jovens que tenham ideias para fixarem na nossa cidade, devem investir. Será sempre uma mais-valia se eles regressarem. O concelho de Macedo está aberto a essas novas ideias, na minha opinião. Falando do meu caso concreto, todas as portas em que batemos, desde o Município ao IEFP, todos se mostraram com vontade de apoiar. Aqui também se vive, e com bastante qualidade.”
Exemplos de quem não deixou de perseguir o sonho de ser dono do seu próprio negócio, mesmo em tempos de pandemia.
Empresas recentes no concelho macedense que viram na crise pandémica a oportunidade de evoluir.
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