Com o objetivo de democratizar a acessibilidade à informação municipal, o Município de Bragança apostou na aquisição de uma moderna e inclusiva ferramenta que facilita a leitura dos conteúdos dos sites municipais, através de um Avatar de Língua Gestual Portuguesa – VirtualSign, já em funcionamento.
O projeto VirtualSign, que representa um investimento na ordem dos 6 mil euros, visa facilitar a comunicação e interação com o Município, especialmente das pessoas com dificuldades de audição.
O funcionamento do VirtualSign é, por isso, simples. Através de um “assistente virtual” de Língua Gestual Portuguesa, em cada página está presente um ícone do lado direito que, após clicar, faz surgir o Avatar. De seguida, basta o utilizador selecionar o texto pretendido e clicar na seta, sendo este traduzido automaticamente.
“Este projeto permite-nos eliminar algumas barreiras linguísticas e pretende criar maior proximidade com a comunidade surda. A inclusão social é uma das prioridades do Município de Bragança e este é, claramente, um pequeno, mas gigante passo, nesse sentido”, destacou o Presidente da Câmara Municipal de Bragança, Hernâni Dias.
De realçar que, em Portugal, o número de pessoas com deficiência auditiva ultrapassa os 115 mil, desses, “30 mil são considerados surdos” e, segundo estudos internacionais “cerca de 80% dos surdos têm uma educação insuficiente ou problema de literacia, fazendo com que apenas 2,5% dessas pessoas tenham capacidade de leitura condizentes com a idade”.
Atento às necessidades especiais dos cidadãos, para além desse projeto, o Município de Bragança tem investido na implementação de políticas de inclusão, em diversas áreas e setores, com o objetivo de defender a dignidade, bem estar e direitos da pessoa com deficiência.
Está, atualmente, em curso o “Cultura para todos”, que representa um investimento superior a 365 mil euros (cofinanciado por Fundos Comunitários) e que visa suprimir ou minimizar obstáculos no acesso a conteúdos dos espaços culturais, promovendo, deste modo, um acesso igualitário por parte de cidadãos portadores de deficiência/incapacidade sensorial (visual ou auditiva), bem como cognitiva e intelectual.
Um projeto inovador que o Município de Bragança vai implementar em diversos espaços culturais municipais, como o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, o Centro de Fotografia Georges Dussaud, o Museu Ibérico da Máscara e do Traje, o Museu Nacional Ferroviário de Bragança e o Teatro Municipal de Bragança, que vão, assim, ser dotados de diferentes valências de modo a ficarem acessíveis para todos os cidadãos, sem exceções.
Ainda durante este ano, os vídeos produzidos pelo Município de Bragança serão gravados com legendagem para surdos, permitindo que todos os cidadãos, sem exceção, tenham acesso a este tipo de informação.
No que diz respeito à inclusão de cidadãos com necessidades especiais, o Bragança Acontece, que destaca os principais projetos e iniciativas de cada semestre, já é editado em linguagem braille, para que a comunidade de invisuais possa ficar a par das principais notícias do Concelho.
Também a mobilidade inclusiva e para todos, uma área em que o Município de Bragança é apontado como um verdadeiro exemplo a seguir, tem sido outra das grandes apostas.
Os novos autocarros podem, assim, ser utilizados por todos os cidadãos, sem exceções, já que contam com uma rampa de acesso para cadeira de rodas e dispõem, ainda, de um sistema sonoro para alertar os invisuais para as paragens.
Ao nível da mobilidade pedestre, os passeios foram requalificados, tendo sido colocados mosaicos táteis e direcionais para os invisuais e foram retirados, ainda, os obstáculos desnecessários que pudessem comprometer a mobilidade em segurança.
Também as passadeiras foram intervencionadas e rampeadas, para que invisuais e pessoas com mobilidade condicionada possam circular com maior facilidade. Já os semáforos foram dotados com um sistema de contadores (que faz a contagem decrescente, de forma visual) para auxiliar os surdos a efetuarem a travessia em segurança.
No que toca à comunicação nos equipamentos e interfaces, a informação está adaptada para daltónicos, invisuais e surdos, bem como para pessoas com mobilidade reduzida. Recorde-se, ainda, que, só nos últimos quatro anos, 13 pessoas com necessidades especiais, na sua maioria jovens entre os 25 e os 35 anos, desempenharam funções nos mais variados serviços do Município de Bragança.
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