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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 12 de maio de 2021

Projeto ibérico deixa marca “única” a preservar avifauna do Douro Internacional

 Especialistas afirmaram hoje que projeto ibérico Life Rupis, que teve uma duração de cinco anos, deixou uma “marca única" na preservação da avifauna do Douro Internacional e na área protegida de Arribes del Duero do lado espanhol.


"O projeto foi toda uma proeza que conseguiu juntar nove parceiros de Portugal e Espanha e conseguiu captar investimentos financeiros relevantes para um projeto, estritamente, ligado à conservação da natureza, o que deixou uma marca única nestas áreas protegidas transfronteiriças, apenas separadas pelas águas do rio Douro", disse à Lusa o biólogo do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), António Monteiro.

Lançada há cinco anos por nove entidades ibéricas ligadas à conservação da natureza no Douro Internacional, a iniciativa apresentou resultados "positivos" nomeadamente no reforço da população de aves como a águia - perdigueira e o britango e na conservação de outras espécies "emblemáticas" que nidificam neste território fronteiriço do rio Douro.

O balanço deste programa tido como "emblemático" foi dado a conhecer em Mogadouro, distrito de Bragança, nas cerimónias do 23.º aniversário do Parque Natural do Douro Internacional (PNDI).

"Há todo um processo que já decorre há 23 anos, a idade do PNDI, mas o Life Rupis é corolário de todo este trabalho de conservação da avifauna deste território", vincou o especialista em conservação da natureza e biodiversidade.

António Monteiro destaca o benefício direto nas populações de aves rupículas (aves que nidificam nas escarpas rochosas) com destaque para a pequena colônia de abutre preto que se encontrava "criticamente ameaçada de extinção em Portugal".

"O abutre preto já tem um pequeno núcleo populacional junto à fronteira no território a meio do PNDI que agrega cerca de 10 a 20 indivíduos. Há o registo de dois casais que já nidificam por estas paragens", indicou o biólogo.

O PNDI é considerado como um "verdadeiro santuário europeu" de aves rupículas onde espécies como o britango já contabilizam 120 casais nidificantes.

A águia de Bonelli, que nidifica no ponto mais a norte da área protegida ibérica já soma 14 casais, "e está estável".

"Estas duas espécies estavam ameaçadas e foram recuperadas nos últimos anos", frisou o biólogo do ICNF.

O projeto Life Rupis teve início em julho de 2015 e tem uma duração de cinco anos, e foi dotado com um financiamento de 3,5 milhões de euros, comparticipado a 75% pelo programa LIFE da União Europeia e cabendo os restantes 25% aos nove parceiros envolvidos.

Os nove parceiros envolvidos neste projeto são a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), Associação Transumância e Natureza, Palombar, Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, Junta de Castilla y León, Fundación Patrimonio Natural de Castilla y León, Vulture Conservation Foundation, EDP Distribuição e GNR.

Segundo Joaquim Teodósio, coordenador do Life Rupis e membro da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), o britango e a águia-perdigueira estiveram em perigo de extinção, tanto em Portugal como em Espanha e o Life Rupis contribuiu para "a sua estabilização"

"O britango é o abutre mais pequeno da Europa. Esteve classificado como 'em perigo' no território Europeu, onde as suas populações registaram um decréscimo de 50% nos últimos 40 anos, e uma elevada perda de 'habitat'", explicou.

Já a águia-perdigueira teve um estatuto de "quase ameaçada" na Europa, devido ao decréscimo populacional e à pressão sobre as suas populações.

"Estamos a falar de dois parques naturais ibéricos, houve articulação entre as partes envolvidas, quer do lado português, quer do lado espanhol, e que deixam registos importantes para o futuro da fauna e da flora de ambos o território", explicou à Lusa aquele membro da SPEA.

Joaquim Teodósio salientou a criação da primeira brigada cinotécnica antivenenos do Norte do país, que envolveu forças da GNR na investigação de 37 situações, com 17 em que a presença de veneno nos cadáveres das aves foi confirmada.

"Infelizmente, sem nenhum caso a seguir em tribunal", lamentou o responsável.

Outros dos projetos em destaque foi o aumento do conhecimento aplicado à conservação da natureza e do trabalho integrado e coordenado dos dois lados da fronteira onde foram identificadas as ameaças mais graves à avifauna: o uso de veneno, mortalidade em linhas elétricas, incêndios florestais.

Outra das ações foi a correção de 239 postes perigosos em mais de 51 quilômetros de linhas elétricas avaliadas como perigosas para a avifauna nestas áreas protegidas.

Foram contabilizados pelos promotores do Life Rupis um investimento total de 2, 7 milhões no território, incluindo reforço das capacidades técnicas e institucionais dos vários parceiros, nomeadamente Organizações Não Governamentais (ONG) neste território do Douro Internacional.


O programa Life Rupis também incluiu um programa de educação ambiental que envolveu todas as escolas da região onde participaram mais de 5.000 alunos e professores.

O #ParqueNatural do #Douro Internacional comemora 23 anos. Esta #áreaprotegida, com aproximadamente 87.000 ha, abrange os municípios de Mogadouro, Miranda do Douro, Freixo de Espada à Cinta e Figueira de Castelo Rodrigo.

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