O desejo de escrever, descrevendo a minha admiração pelo antigo sempre presente pároco da freguesia de Santa Maria de Bragança, esbarra no receio de garatujar banalidades de prosápia relativamente a uma personalidade desarmante porque a sua sotaina de simplicidade espartana, na linha do amigo das avezinhas de Assis, esburacava as capas com murças finas a aconchegar pescoços altivos a remeterem-me para a figura de Nicolau de Cusa, o intelectual dos decretais. Não por acaso o conclave juvenil da sua criação Os Pardais da Montanha revela quão S. Francisco de Assis fazia parte da construção do seu pensamento e acção no desempenho do múnus sacerdotal.
O bondoso e prosaico Padre Miguel nunca exalou fumaças de intelectual, varria a testada da presunção da «sabença», muitas e muitas vezes o ouvi nas tardes de comentários sobre a vida quotidiana do burgo brigantino, na barbearia na qual pontificava o exímio escanhoador de queixos lisos ou rugosos Carlos o Gardel, não de Mi Buenos Aires querida, sim o benfiquista doente, Jocista militante e fidelíssimo ao Senhor César Barata de coração de ouro capaz de entregar a sua camisa a um pobre de pedir ficando ele exposto à friagem vinda da Sanábria.
Recordo as dissertações do Padre Miguel referentes a uma viagem a Itália, as comparações isentas de malícia mas, demolidoras da jactância do Estado Novo no tocante a vias de comunicação e cantinas ao longo das auto-estradas, a atmosfera civilizacional que respirou na catedral de S. Pedro.
Os donos de boa memória desprovida de estrabismo, sabem tanto quanto eu do seu desapego ante as cousas materiais, do seu modesto viver, da sua partilha do pão com a vizinhança. Também sabem ser um homem risonho, até faceto, tifoso futebolista levando a ser conhecido, carinhosamente pelo apodo de Padre Matateu. O Matateu foi temível goleador do agora decadente Belenenses.
Pelo meu querido amigo Nuno Álvaro Vaz soube e verifiquei o modo como a sua memória está a ser honrada, acolhendo e assistindo mulheres e homens na finitude da vida proporcionando-lhe farrapos de felicidade e bem-estar diariamente.
O Padre Miguel semeou virtudes e bem-aventuranças. Os vindouros estão a colher os bons resultados. Congratulo-me efusivamente.
O bondoso e prosaico Padre Miguel nunca exalou fumaças de intelectual, varria a testada da presunção da «sabença», muitas e muitas vezes o ouvi nas tardes de comentários sobre a vida quotidiana do burgo brigantino, na barbearia na qual pontificava o exímio escanhoador de queixos lisos ou rugosos Carlos o Gardel, não de Mi Buenos Aires querida, sim o benfiquista doente, Jocista militante e fidelíssimo ao Senhor César Barata de coração de ouro capaz de entregar a sua camisa a um pobre de pedir ficando ele exposto à friagem vinda da Sanábria.
Recordo as dissertações do Padre Miguel referentes a uma viagem a Itália, as comparações isentas de malícia mas, demolidoras da jactância do Estado Novo no tocante a vias de comunicação e cantinas ao longo das auto-estradas, a atmosfera civilizacional que respirou na catedral de S. Pedro.
Os donos de boa memória desprovida de estrabismo, sabem tanto quanto eu do seu desapego ante as cousas materiais, do seu modesto viver, da sua partilha do pão com a vizinhança. Também sabem ser um homem risonho, até faceto, tifoso futebolista levando a ser conhecido, carinhosamente pelo apodo de Padre Matateu. O Matateu foi temível goleador do agora decadente Belenenses.
Pelo meu querido amigo Nuno Álvaro Vaz soube e verifiquei o modo como a sua memória está a ser honrada, acolhendo e assistindo mulheres e homens na finitude da vida proporcionando-lhe farrapos de felicidade e bem-estar diariamente.
O Padre Miguel semeou virtudes e bem-aventuranças. Os vindouros estão a colher os bons resultados. Congratulo-me efusivamente.
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