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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 19 de maio de 2023

Bhãva

Por: Paula Freire
(colaboradora do Memórias...e outras coisas...)


Um dia, a voz translúcida de um pássaro falou-me da espessura do tempo que guardei no rosto e nos espelhos da pele, onde os instantes tristes me choraram. 
Dos amores que perdi, das vitórias que não brindei, das estrelas que arderam na invenção mais pura do que fui e dos sonhos onde nunca morei, por não existirem. Labirintos desconhecidos que tateei no naufrágio de todos os desencantos.   
Mas hoje… Hoje escutei(-me)… 
Escutei a eternidade da terra onde a profecia se fez refúgio num sereno vagar deslumbrado. 
A paz abraça-me, demorada, como um arroubo de vontades onde estreito a ternura de me querer. 
Amanheço no princípio do meu mundo, tão visível como o som de um pensamento inesperado, a tocar os versos mais bonitos do poema em que me descubro.
Hoje, as minhas mãos nas tuas, numa esperança inconfundível com a serenidade a pousar-me no olhar, docemente.
E dizes-me que estou viva em todos os lugares mais próximos do coração, no sentir da saudade onde os poetas desejaram sonhar. Sorrio. Sorrio apenas, singelamente, porque o teu sorriso vive em mim e é-me tudo. Nele, esquecida das sombras, o meu olhar dança entre duas luas de ouro e transparência. 
É em ti e no claro majestoso do nosso silêncio que permaneço e me dou à vida. Porque um dia me encontraste. 
Porque um dia me encontrei.

Paula Freire
- Natural de Lourenço Marques, Moçambique, reside atualmente em Vila Nova de Gaia, Portugal.
Com formação académica em Psicologia e especialização em Psicoterapia, dedicou vários anos do seu percurso profissional à formação de adultos, nas áreas do Desenvolvimento Pessoal e do Autoconhecimento, bem como à prática de clínica privada.
Filha de gentes e terras alentejanas por parte materna e com o coração em Trás-os-Montes pelo elo matrimonial, desde muito cedo desenvolveu o gosto pela leitura e pela escrita, onde se descobre nas vivências sugeridas pelos olhares daqueles com quem se cruza nos caminhos da vida, e onde se arrisca a descobrir mistérios escondidos e silenciosas confissões. Um manancial de emoções e sentimentos tão humanos, que lhe foram permitindo colaborar em meios de comunicação da imprensa local com publicações de textos, crónicas e poesias.
O desenho foi sempre outra das suas paixões, sendo autora das imagens de capa de duas obras lançadas pela Editora Imagem e Publicações em 2021: Cultura sem Fronteiras (coletânea de literatura e artes) e Nunca é Tarde (poesia).
Prefaciadora do romance Amor Pecador, de Tchiza (Mar Morto Editora, Angola, 2021) e da obra poética Pedaços de Mim, de Reis Silva (Editora Imagem e Publicações, 2021).
Autora do livro de poesia Lírio: Flor-de-Lis (Editora Imagem e Publicações, 2022).
Em setembro de 2022, a convite da Casa da Beira Alta, realizou, na cidade do Porto, uma exposição de fotografia sob o título: "Um Outono no Feminino: de Amor e de Ser Mulher".
Atualmente, é colaboradora regular do blogue "Memórias... e outras coisas..."-Bragança, da Revista HeliMagazine e da Revista Vicejar (Brasil).
Há alguns anos, descobriu-se no seu amor pela arte da fotografia onde, de forma autodidata, aprecia retratar, em particular, a beleza feminina e a dimensão artística dos elementos da natureza, sendo administradora da página de poesia e fotografia, Flor De Lyz.

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