Foram três dias com um vasto programa cultural, desde workshops, conferências, exposições, instalações e um espectáculo criado especialmente para a Bienal intitulado ópera Caretos Digitais, um projecto do companheiro de toda a vida de Jorge Lima Barreto, Vítor Rua.
“Vamos tocar o primeiro álbum dos Telectu, o Belzebu, que tem 35 anos. É histórico e que é importante preservar. Apresentámos trabalhos originais que eram o que músico pretendeu toda a vida”, destaca o músico.
Um dos presentes foi Feleciano Lima, investigador académico define o trabalho de Jorge Lima Barreto: “é um homem que através do som nos indicava caminhos, caminhos de esperança e de transgressão. Sem dúvida nenhuma que ele é o introdutor da poesia sonora. A evolução dos trabalhos dele apontam para uma escrita assémica, pós-literatura, a ciência das causas impossíveis, dos grandes imaginários e das excepções é onde está realmente inserido”, disse Feleciano Lima.
Luís Fernandes, presidente da câmara municipal de Vinhais destaca que o evento é uma homenagem ao musicólogo e compositor que é uma referência singular no mundo das artes: “é um artista de várias actividades e valências. É muito importante que o concelho de Vinhais preste mais uma vez esta homenagem e reviva os seus passos. Enche de orgulho os vinhaenses por ser alguém que representou muito bem este concelho, com grande carisma e que levava o nome da região e das pessoas para os vários locais por onde passou”.
Jorge Lima Barreto nasceu em Vinhais em 1947 e faleceu em 2011. Foi fundador dos Anar Band, com Rui Reininho e dos Telectu, com Vítor Rua. Para além de músico, na terceira bienal, foi demonstrado um outro atributo, o de colecionador, uma vez que coleccionou rádios em miniatura, carrinhos e frascos de farmácia, exibidos numa exposição no Solar dos Condes.
Escrito por Brigantia
Maria João Canadas
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