A pandemia inverteu os números da procura turística na região Porto e Norte de Portugal, com o interior a atrair agora 80% dos turistas, revelou hoje o presidente Luís Pedro Martins.
Antes da pandemia Covid-19, disse, “o desafio era trazer turistas para o interior” e atualmente apresenta uma taxa de ocupação na ordem dos 80% e a cidade do Porto de 30%.
“Houve uma clara inversão”, vincou em Macedo de Cavaleiros, no distrito de Bragança, à margem da assinatura dos contratos de financiamento de projetos turísticos no âmbito do programa Valorizar.
O presidente da entidade Turismo Porto e Norte de Portugal explicou à Lusa que até fevereiro a região tinha “maior concentração de turistas na área metropolitana do Porto”, na ordem dos 75% e havia “alguma dificuldade” em levar os turistas para os territórios mais afastados”.
Hoje não é assim e os turistas passaram a percorrer os territórios mais interiores à procura de segurança com “uma taxa de ocupação interessante que anda entre os 75%, 80% nestes destinos como Trás-os-Montes, Douro e Minho”.
O turismo rural é o motor desta dinâmica que tem deixado as grandes cidades como o Porto com taxas de ocupação inversas ao período anterior à pandemia, nomeadamente a rondar os 30% no Porto, ainda assim “o dobro dos hotéis de Lisboa”, como sublinhou.
“É uma oportunidade”, considerou Luís Pedro Martins, apelando às autoridades e agentes locais para agarrarem “esta oportunidade para nunca mais voltar ao que era”.
O fluxo de turistas, esse, é “muitíssimo menos”, depois da queda na procura que atingiu 97% em maio.
Em junho verificou-se “uma ligeira recuperação”, com a quebra a descer para 78%, “o que significa que o Porto e Norte teve 230 mil dormidas, o que fez com que fosse a segunda região com maior número de dormidas do país, logo a seguir ao Algarve”, disse.
“Mas estamos a falar de um numero muito insignificante”, ressalvou, indicando que “claramente” são os turistas nacionais que tem agora “um papel muito importante, mas não conseguem compensar a perda do turismo internacional.
O presidente da entidade regional lembrou que dos “ seis milhões de hóspedes de 2019, mais de metade eram internacionais”.
Luís Pedro Martins acredita que em julho e agosto “o interior irá conseguir ter as mesmas taxas de ocupação que tinha antes da pandemia”, mas receia o que virá no resto do ano.
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