"Trata-se do primeiro livro exclusivamente dedicado a todas as festas com mascarados que ocorrem no concelho de Vinhais, compostas por trajes incluídos na exposição que esteve patente ao público no Centro Cultural Solar dos Condes de Vinhais, entre agosto e dezembro de 2020", disse à Lusa o autor, que é também colecionador de máscaras dos rituais do Nordeste Transmontano.
O livro visa assinalar três anos de itinerância da exposição, que tiveram início na VIII Bienal da Máscara - Bragança 2017, com uma mostra de cerca de 50 máscaras.
A coleção apresenta, atualmente, cerca de 80 exemplares, da autoria de 49 artesãos, e fatos das festas que acontecem no concelho de Vinhais.
"Encontramo-nos em pleno calendário das festas do Solstício de Inverno, quando as máscaras assumem maior protagonismo, num ano extremamente condicionado pela pandemia que impede a realização da maior parte destas manifestações da cultura popular e faz todo o sentido lançar este livro durante esta quadra", considerou Roberto Afonso.
"É neste período, associado ao Solstício de Inverno, no qual reúne o maior número de manifestações com mascarados, nomeadamente no ciclo dos 12 dias, entre o Natal e os Reis, com especial incidência nos concelhos de Bragança, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro e Vinhais, que é dada à estampa o livro", vincou o autor.
Segundo Roberto Afonso, depois da exposição de Bragança foram surgindo solicitações de diversos municípios e espaços culturais, de Portugal e Espanha, estando já agendadas novas datas e locais para 2021 e 2022.
O livro foi editado pelo Município de Vinhais, com uma tiragem de 500 exemplares, e é ilustrado com vários registos fotográficos das festas, dando a conhecer aspetos fundamentais da Festa da Cabra e do Canhoto (Cidões), das Festas de Santo Estêvão (Ousilhão, Rebordelo, Travanca e Vale das Fontes), do Entrudo (Lagarelhos, Vila Boa e Vinhais), do Dia da Morte (Edrosa) e do Dia dos Diabos (Vinhais).
"As festas têm mudado, mas não me choca a introdução de novos elementos, decorrentes do progresso civilizacional, nomeadamente a presença de mulheres em papéis que eram exclusivos dos homens. Se assim não fosse, em alguns casos, a festa poderia mesmo ter desaparecido pela falta de atores", explicou à Lusa.
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