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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

POLITICO À FORÇA?

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

Pedro de Moura e Sá, no seu precioso livro póstumo: “ Vida e Literatura”, ensaio excelente, que nos dá visão perfeita da sua geração, escreve, a determinado passo, asserção, que está sempre presente, para nosso mal:
Quando dizemos: João é bom, queremos dizer que ontem ele nos afirmou a sua admiração pelas nossas qualidades; quando dizemos: João é estúpido, queremos realmente significar que ele ontem não nos tirou o chapéu com amabilidade suficiente. Exatamente da mesma maneira que, dizemos: este poema é mau, queremos muitas vezes afirmar: que o autor pensa, em matérias politica, de maneira diferente da nossa.”
Se o prosador ou articulista, tem opinião igual à nossa, e tem credo político semelhante, declaramos: é genial: escreve bem, pensa bem, e é claríssimo, como água.
Tecemos-lhe, então, louvores, nos meios de comunicação social
Enquanto se avaliar desse modo, venham as revoluções que vierem, venham mudanças e andanças sociais, que tudo ficará como dantes.
Os nossos pareceres, as nossas opiniões, sobre as crónicas, enferma sempre do prisma político, como se analisa o texto; mormente o “clube”, em que se inscreve o cronista ou escritor.
Este por sua vez, sente a obrigação de entrar numa “capelinha”, de pertencer a causa, para ser lido, apreciado, e ter fácil acesso à mass-media.
Eis a razão por que há tantos ilustres desconhecidos, independentes, de grande valor, que escrevem para a gaveta; porque não possuem meios económicos para editarem a obra, nem conhecem distribuidor camarada, que a coloque a preços módicos, e muito menos editor, que as publique.
Sem mecenas, sem apoio dos amigos e críticos do partido, nada ou pouco se consegue.
Há, por isso, escritores e poetas, que são políticos à força. Defendendo ideologias que não são as suas, só para alcançarem possível estrelato. O que se passa com os letrados, passa-se, igualmente, com quase todas as profissões.
Muda-se tudo, menos o homem. Esse, é que necessitava de eminentíssima e reverendíssima reforma, como disse o santo Arcebispo de Braga, aos reverendíssimos e eminentíssimos cardeais.
O que escrevo é pura verdade… mas não é politicamente correto…

Humberto Pinho da Silva
nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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