(colaborador do Memórias...e outras coisas...)
Apesar de haver quem, à viva força, queira fazer crer o contrário, não me movo por nenhuma cruzada contra nada, nem contra ninguém. Muito menos sou motivado por quaisquer razões pessoais ou familiares, muito menos as que, insistente e teimosamente, querem colar-me. Procuro, dentro das minhas capacidades, estar atento ao governo da nação, às ações que afetam a nossa região e à atuação concelhia. Sempre que, no meu entendimento, encontro situações injustas ou que, de alguma forma, ferem a equidade e a promoção do desenvolvimento e bem estar dos cidadãos, emito a minha opinião crítica, fundada e fundamentada pois de outra forma não faria sentido nem seria útil.
Obviamente que a gestão corrente do dia a dia, se estiver dentro do expectável não se qualifica para ser comentada ou analisada. A menos que, apesar de ser boa possa, no meu entender, ser melhorada. Mas também não me coíbo nem sinto qualquer constrangimento que me iniba de elogiar atitudes e procedimentos que possam fazer a diferença, para melhor, na vida do dia a dia. Mesmo que me sinta depois, como já aconteceu, na obrigação de fazer um reparo menos elogioso ou mesmo crítico, se o aprofundamento da matéria o justificar.
Apesar de estar datado de setembro, tive conhecimento, recentemente, do anúncio n.º 10470/220, em Diário da República, do Concurso Público para a empreitada de construção da Área de Acolhimento Empresarial da Junqueira (minha terra natal, onde passei a minha infância e parte da juventude, onde vou com frequência e onde moram os meus pais e muitos amigos).
A Junqueira, situada em pleno Vale da Vilariça, no entroncamento da estrada nacional 215 com a nacional 102, e do cruzamento do IP2 com o IC5, com um passado histórico muito ligado às três grandes Propriedade agrícolas do sul da fertilíssima várzea, a Quinta da Terrincha, a Quinta do Carrascal e a Quinta da Silveira, sempre teve um potencial de desenvolvimento assinalável, fruto do espírito de sacrifício, empreendedor e arriscado das suas gentes. Testemunham-no a resistência (desde há muito) ao retrocesso demográfico e a existência e sucesso, desde há já vários anos, dos conhecidos restaurantes O Abade e O Cruzeiro. A instalação da Zona Empresarial vem continuar esse espírito, vem aproveitar a localização de privilégio, relativamente às rodovias mas vem também premiar a vontade e esforço dos junqueirenses, no seu todo. Embora sendo útil para o concelho e dele se colham frutos para quem o promove, é de saudar, louvar e elogiar. Mesmo sendo uma promessa de há já vários anos, vem, de qualquer forma, em boa altura.
Seria relativamente fácil dizer que esta iniciativa só peca por tardia, mas não seria adequado fazê-lo quando o mais importante é pô-la em funcionamento. Também não era difícil reclamar que há ainda muito para fazer para promover a atividade económica e incentivar o emprego, mas, embora sendo verdade, seria injusto enveredar por aí. Roma e Pavia não se fizeram num dia. É verdade que há ainda muito caminho para andar mas todas as caminhadas começam com o primeiro passo e esse acabou de ser dado! E isso é o que agora mais importa.
Venha a Zona Empresarial, faça-se a inauguração com pompa e festa, com discursos, comes e bebes e com placas, descerramentos e tudo o que já se tornou habitual em ocasiões como esta. Haja regozijo e folia pois é motivo de festa, é motivo de alegria, é motivo para estarmos todos de parabéns: A aldeia da Junqueira, a Freguesia da Adeganha, a Câmara Municipal e o concelho de Torre de Moncorvo.
Colaborador regular de jornais e revistas do nordeste, (Voz do Nordeste, Mensageiro de Bragança, MAS, Nordeste e CEPIHS) publicou Cravo na Boca (Teatro), Pedra Flor (Poesia) e A Morte de Germano Trancoso (Romance) tendo sido coautor nas seguintes antologias; Terra de Duas Línguas I e II; 40 Poetas Transmontanos de Hoje; Liderança, Desenvolvimento Empresarial; Gestão de Talentos (a editar brevemente).
Foi Administrador Delegado da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana, vereador na Câmara e Presidente da Assembleia Municipal de Torre de Moncorvo.
Foi vice-presidente da Academia de Letras de Trás-os-Montes.
É Diretor-Adjunto na Fundação Calouste Gulbenkian, Gestor de Ciência e Consultor do Conselho de Administração na Fundação Champalimaud.
É membro da Direção do PEN Clube Português.
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